sábado, 8 de agosto de 2009

PM deixa a Rocinha sem encontrar cemitérios clandestinos

Ação do Bope visava, também, apreender armas e drogas na comunidade.
Segundo a polícia, cerca de meia tonelada de maconha foi apreendida.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) deixaram a Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, no início da tarde deste sábado (8), após operação para apreender armas e drogas. Segundo a polícia, a ação visava, também, localizar cemitérios clandestinos no interior da favela, mas nada foi encontrado.

De acordo com o tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, comandante do Bope, 483 tabletes de maconha - cerca de meia tonelada - foram apreendidos durante a ação. Os policias recolheram ainda uma pistola, uma submetralhadora, duas granadas, munições e camisas falsas da Polícia Civil.

A operação da Polícia Militar na Favela da Rocinha começou na sexta-feira (7). Cerca de 30 homens do Bope, policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) e agentes da Polícia Civil participaram da ação.

Segundo o tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, quatro pessoas foram detidas, entre elas um homem, que seria um argentino. Os PMs também encontraram na favela uma central de TV a cabo clandestina e recuperaram um carro roubado.

Na chegada dos agentes ao local, houve intensa troca de tiros. Com medo do tiroteio, muitos comerciantes da região optaram por fechar suas lojas. Moradores tentaram de proteger dos disparos atrás de muros e dentro das residências. Segundo a polícia, ninguém ficou ferido.

Por medida de segurança, cerca de 700 operários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram dispensados do trabalho por causa do tiroteio. As informações são da Secretaria estadual de Obras.

Engenheira desaparecida

O relações públicas da PM, major Oderlei Santos, informou, neste sábado, que a presença dos policiais do 31º BPM foi uma coincidência. Segundo ele, uma oficial esteve na Rocinha durante a operação por causa de um inquérito policial militar que investiga o desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro Franco.

A engenheira está desaparecida desde junho do ano passado, e policiais militares são acusados de terem atirado contra o carro dela.

Na sexta-feira, O RJTV teve acesso a um depoimento que consta de um inquérito militar em andamento no 31º BPM. No documento, uma suposta testemunha diz ter visto o carro da engenheira cair nas pedras do Canal de Marapendi, na saída do Túnel do Joá, na Barra.

Segundo a suposta testemunha, logo após ver o carro cair, ele e os amigos pegaram pranchas de surf para atravessar o canal. Na ocasião, eles viram um homem saindo do carro e correndo em direção ao Túnel do Joá.

Rocinha

A suposta testemunha revelou ainda que alguns amigos que moram na Rocinha teriam visto Patrícia na comunidade no dia que ela sumiu. Ela estaria em um carro acompanhada de um homem.

Os amigos da suposta testemunha contaram ainda que, na ocasião, uma outra pessoa mandou Patrícia sair do carro, e mandou o homem que estava com ela fugir com o veículo.

Ainda de acordo com a suposta testemunha, um dos amigos teria dito ainda que, uma semana depois, encontrou o corpo de uma mulher loira, no meio da Floresta da Tijuca, com as mesmas roupas que Patrícia usava.

Promotor discorda de investigação

A reportagem do RJTV conversou por telefone com o promotor Homero de Freitas, que denunciou os quatro policiais militares envolvidos no caso.

Ele disse estar convicto de que os PMs atiraram no carro da engenheira e depois sumiram com o corpo. Para o promotor, a Polícia Militar não poderia sequer conduzir uma investigação paralela sobre o desaparecimento de Patrícia.

O pai de Pátrícia, Antônio Celso de Franco, disse não acreditar na versão da suposta testemunha ouvida no inquérito policial militar. “Eu acho totalmente mentira. Ninguém pode tirar a vida do outro; Tem que ser condenado até o resto da vida.”

A Secretaria de Segurança confirmou que o 31º BPM abriu um inquérito para investigar o envolvimento de PMs do batalhão no desaparecimento de Patrícia Amieiro. Segundo a Secretaria, este é um procedimento padrão quando há indícios de crimes militares.

G1 > Edição Rio de Janeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário