sexta-feira, 14 de maio de 2010

Delegado diz que não houve tempo para reagir a assalto dentro de delegacia em SP

SPTV, O Globo

SÃO PAULO - A Corregedoria de Polícia instaurou inquérito para apurar o assalto a uma comerciante dentro de uma delegacia no município de Salto, a 97 km da capital paulista.

O delegado André Moron, da Seccional de Sorocaba, afirmou que o assalto foi muito rápido e que não houve tempo hábil para os policiais reagirem. Segundo ele, a mulher foi assaltada logo na recepção, houve luta rápida e os ladrões fugiram com a bolsa da vítima.

- Uma atendente dava as primeiras informações a quem chegava. Uma carcereira registrava e arquivava documentos. O escrivão trabalhava em seus inquéritos. Não é verdade que ninguém fez nada. Não houve tempo hábil para reação - afirmou Moron.

" Fiquei assim tão impotente, que fiquei pensando: E agora? Vou reclamar aonde, com o bispo? "
Para o delegado, os ladrões não sabiam que naquele local funcionava uma delegacia.

A comerciante foi vítima do crime 'saidinha de banco'.

Ela havia sacado R$ 13.500 em um banco e foi seguida por dois homens em uma moto. Abordada dentro da delegacia, ela lutou com os ladrões para impedir que eles levassem a bolsa com o dinheiro que havia sacado no banco. Não adiantou: foi ameada e roubada. Segundo ela, nenhum policial tentou impedir a ação dos bandidos.

A mulher entrou na delegacia para prestar queixa de um celular clonado e foi surpreendida pelo bandido.

- Entrou um rapaz alto e forte: 'Eu quero a bolsa'. Ele puxou de um lado, eu puxei de outro. Arremessei por cima do balcão. Passou por cima das atendentes e caiu do lado de dentro. Ele subiu no balcão, pulou para o lado de dentro. Eu pendurei nele. Quando viu que não se livrava de mim de jeito nenhum, ele gritou para o comparsa: "Atira nela!". Aí eu soltei.

A mulher foi arrastada até a porta da delegacia e ameaçada. Ficou com o braço machucado. Ela afirma que duas policiais e um escrivão estavam na delegacia não fizeram nada. Depois, o escrivão disse, segundo a comerciante, que não interferiu porque achou que era uma "briga de marido e mulher".

A vítima diz que achou o cúmulo do absurdo.

- Fosse briga de marido e mulher, fosse briga de vizinhos, o mínimo que eles podiam fazer era interferir - afirmou a mulher.

- Fiquei assim tão impotente, que fiquei pensando: E agora? Vou reclamar aonde, com o bispo? Porque onde a gente vai reclamar e na delegacia, se nem lá eu tenho segurança vou reclamar aonde?

O delegado Moron disse que brigas de marido e mulher ou de vizinhos são corriqueiras, mas que os policiais só não interferiram porque não deu tempo.

A Secretaria de Segurança Pública informa que a polícia está investigando e tenta encontrar os dois ladrões e que a Corregedoria abriu inquérito para apurar o ocorrido.

Extra Online

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