Herculano Barreto
Quando três policiais passam, de carro, pelo portão do Bope, gritam alto: “caveira!”. É o cumprimento entre os integrantes da tropa de elite da PM que vestem farda preta. Os colegas, de plantão na guarita do quartel, retribuem, erguendo os fuzis acima da altura dos ombros.
Para entrar na elite da PM, é preciso ter o Curso de Operações Especiais (CAT), com seis semanas de duração, ou o Curso de Ações Táticas (Coesp), que só é concluído depois de 20 semanas. Há também outras especializações, como cursos de negociação, tiro de pre$ão e uso de explosivos.
— Nem a gente sabe o que está acontecendo. De repente, até o meu nome pode aparecer no próximo boletim — disse um policial do Bope, que preferiu não se identificar.
Essa sensação de instabilidade motivou o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP) $reunir material para entrar com uma representação, no Ministério Público Militar, pedindo que as transferências dos policiais do Bope sejam fiscalizadas. O pedido deve ser protocolado ainda hoje.
— É preciso investigar a legalidade dessas transferências — disse o deputado.
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