quarta-feira, 6 de junho de 2012

Acusado de participar da execução da juíza Patrícia Acioli é excluído da PM por oferecer empregos falsos

Herculano Barreto Filho

O cabo Alexandre Quintanilha dos Santos, um dos policiais acusados de participar da execução da juíza Patricia Acioli, foi excluído da corporação por envolvimento num esquema de falso cadastramento para empregos temporários.

Os envolvidos pediam R$ 10 às vítimas pelo atestado de saúde para uma vaga de trabalho inexistente. Entre as vítimas, constavam até familiares de PMs.

O cabo, que responde a pelo menos três processos, já estava preso por homicídio, acusado de participar de autos de resistência forjados (mortes de suspeitos em tiroteios), quando atuava no 7º BPM (São Gonçalo).

Juíza Patrícia Acioli foi assassinada a tiros quando chegava em casa, em Niterói Juíza Patrícia Acioli foi assassinada a tiros quando chegava em casa, em Niterói Foto: Extra / Divulgação

Crime na igreja

Além dele, o sargento Dinarte Bezerra da Silva e o cabo Renato Anjos da Costa também foram excluídos, conforme publicação do boletim interno da PM desta segunda-feira. Uma mulher foi identificada como dona da falsa agência.

O episódio veio à tona em setembro de 2008, quando Dinarte foi detido por policiais da 72ª DP (São Gonçalo), enquanto distribuía falsos atestados médicos numa igreja. O caso foi registrado como estelionato.

Em depoimento, registrado na sede da antiga 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) em novembro de 2008, Quintanilha confirmou que providenciou a documentação de 20 garotas, selecionadas para fazer distribuição de brindes em postos de combustível. E admitiu que cada uma delas pagou R$ 10, para os exames admissionais. Ele reconheceu, ainda, que esteve em três residências da dona da agência, para levar fichas de adesões preenchidas.

Advogado vai apelar

O advogado Marcos Barros Espinola, que representa o cabo Quintanilha, antecipou que irá entrar com recurso junto à Polícia Militar, para anular o ato administrativo de exclusão. O advogado argumentou que o PM responde a processos criminais, mas ainda não foi condenado.

— Ele tem o direito de permanecer na corporação até o julgamento da sentença. Ele só pode ser excluído se for condenado — explica.

O cabo Quintanilha responde a dois processos por homicídio da 4ª Vara de São Gonçalo, um processo na 3ª Vara Criminal de São Gonçalo e outro junto à Auditoria Militar, por crime cometido em ato de serviço.

OS FATOS

Patrícia Acioli - O cabo Alexandre Quintanilha dos Santos, que respondia a processos por autos de resistência forjados analisados pela juíza Patricia Acioli, na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi acusado de envolvimento no assassinato da magistrada. Ela foi morta a tiros na noite de 11 de agosto do ano passado, quando chegava na casa onde morava, em Niterói.

Crime no batalhão - O sargento Paulo César Rocha também foi excluído da corporação, de acordo com o boletim interno publicado nesta segunda-feira. Ele é acusado de negociar a venda de munição para uma quadrilha de traficantes com ligações feitas dentro do 35º BPM, em 2009. As interceptações telefônicas foram autorizadas pela Justiça, numa investigação feita pela Polícia Federal.

Para uso particular - O cabo Cristiano Alves Rosa, do 2º BPM, ficará aquartelado por 30 dias, acusado de desrespeito a superior e lesões leves, ao resistir a autuação em flagrante por usar o reboque do batalhão para levar o próprio carro à oficina, em junho de 2008.

Extra Online

Um comentário:

  1. Não existe nenhum Cabo Alexandre Quintanilha dos Snatos neste caso...
    veja : www.casojuizapatriciaacioli.blogspot.com

    ResponderExcluir