Paulo Carvalho
A maioria dos batalhões da Polícia Militar conta hoje com dois psicólogos em seu quadro funcional. É um serviço que já existe há dez anos. Mas o modelo de tratamento para combater o estresse da tropa que tem que enfrentar diariamente a criminalidade ainda não é suficiente ou mesmo adequado, de acordo com a opinião do comandante-geral da PM, coronel Eri Ribeiro Costa Filho.
Pensando nisso, o oficial exigiu que o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) colocasse na sua pauta a inclusão de mais um projeto: o de combate ao estresse. Três batalhões já foram escolhidos para realizar um trabalho experimental. O Grupamento Especial de Salvamento e Resgate (Gsar), o 19 BPM (Copacabana) e o 12 BPM (Niterói) serão os primeiros agraciados com a iniciativa.
O projeto deve começar no início de 2012. Mas já há um vídeo institucional que foi enviado a todos os batalhões da PM explicando como será o programa. Em janeiro, cerca de cem psicólogos oficiais — entre tenentes, capitães e majores — estarão fazendo um treinamento para se integrarem ao programa.
Para a capitã Elaine Polly, uma das idealizadoras e coordenadoras do programa de estresse, a experiência dará oportunidade ao policial que tem vergonha de expor as dificuldades que o aflige durante o trabalho e até mesmo situações particulares que o incomoda e atrapalha seu desempenho na profissão.
—É a chance de o policial dizer o que o traumatiza. Serão implantadas ações que visam ao gerenciamento do estresse. Ao longo do tratamento ele vai poder reagir ao sintoma do estresse — explicou a capitã.
Rede de saúde
Atualmente, os policiais fazem tratamento no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) e em unidades de saúde da PM, além dos batalhões que contam com psicólogos. De acordo com a capitã Polly, a iniciativa será a oportunidade de mostrar a rede de saúde e assistência psicológica que o policial tem a sua disposição:
— O policial tem vergonha de procurar o tratamento porque acha que vão considerá-lo maluco. A ideia do programa é mostrar exatamente o contrário, que é preciso enfrentar as dificuldades.
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