Rio - O cabo da Polícia Militar Fábio Mourão da Silva, de 37 anos, foi transferido na noite desta sexta-feira para o Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, onde passou por uma cirurgia para retirada de um prójetil no tórax.
A operação foi bem sucedida e ele não corre risco de morte. O PM foi levado em estado grave para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, após ser baleado por engano por dois policiais civis na tarde desta sexta.
Vídeo mostra PM sendo socorrido
A Polícia Militar informou que Fábio ficará no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) até a noite de sábado ou domingo pela manhã. Depois seguirá para o quarto, onde ficará em observação. As câmeras de segurança do Tribunal de Justiça flagraram o momento em que o PM correndo em busca de ajuda.
Confusão no Centro
O PM levou três tiros ao ser surpreendido por dois investigadores da Polícia Civil. O tiroteio causou correria e só teria acontecido porque um promotor pediu na 10ª DP (Botafogo), ajuda para ‘proteger’ a mãe de procuradora que iria sacar elevada quantia de dinheiro numa agência do banco Itaú.
O problema é que o promotor fez o mesmo pedido a policiais militares do Grupo de Apoio à Promotoria (GAP) e não informou às duas equipes ‘acionadas’ sobre a presença uma da outra. Um detalhe: na hora, os policiais civis desconfiaram que o PM fosse o criminoso e atiraram.
Uma outra versão aponta que duas mulheres — mãe e irmã da procuradora — foram até a delegacia de Botafogo comunicar que estavam sofrendo extorsão por telefone e que iam retirar o dinheiro para entregar aos criminosos. Os agentes saíram da Zona Sul e acompanharam as vítimas até o banco, no Centro, e aguardavam do lado de fora, para tentar flagrar os falsos sequestradores. O Ministério Público também foi acionado e pediu para que um PM do Grupamento de Ações Táticas (GAT) fosse à agência, acompanhar o saque.
Uma das portas do Itaú ficou estilhaçada por tiro: correria em esquina movimentada do Centro | Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia
Foram feitos mais de dez disparos, e o cabo da PM Fabio Mourão ficou ferido no tórax e no braço. Ônibus que passavam pelo local também foram alvejados. Segundo a Polícia Civil, o cabo PM estava falando ao telefone na porta da agência e por isso os investigadores desconfiaram dele.
Ao mesmo tempo, quando foram abordá-lo, ele os confundiu com um bandido, e começou a troca de tiros. Fabio Mourão da Silva foi atingido e correu em direção ao prédio do Tribunal de Justiça. Lá ele recebeu os primeiros socorros e foi encaminhado para o Hospital Souza Aguiar, onde passou por cirurgia. O estado de saúde é grave.
‘Eu só tive tempo de abaixar e rezar'
Uma das portas da agência bancária foi estilhaçada por um disparo. Em frente, cinco perfurações de tiros em um canteiro e marcas dos disparos nas árvores. Quem estava na rua contou que a Av. Antonio Carlos parecia uma praça de combate. “Só tive tempo de abaixar e rezar. Nasci de novo”, contou Maria de Brito, 42 anos, que vende salgados em frente à agência.
A delegada da 10ª DP (Botafogo), Andréa Nunes Menezes, apreendeu as armas dos dois policiais civis e do PM, que vão à perícia. Eles serão ouvidos, além de testemunhas. Os dois policiais civis ficarão afastados até que a investigação seja concluída.
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