Rio - Três traficantes de drogas foram mortos, nesta terça-feira, durante operação de policiais 41º Batalhão (Irajá) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), nos Morro São José da Pedra e Serrinha, em Madureira, Zona Norte do Rio.
O último corpo encontrado foi de Janderson de Souza Rosa, de 21 anos, o Jamaica, que é acusado de integrar o tráfico de drogas na Comunidade da Serrinha. Ele foi deixado por traficantes rivais em um carrinho de obras na Avenida Edgard Romero.
De acordo com a Polícia Militar, a invasão das comunidades não aconteceu antes, pois era necessário que os PMs fizessem todo o mapeamento da mata que cerca as comunidades. Com o bandido, foram apreendidas uma pistola, uma granada e uma submetralhadora.
Policiais do Bope em um dos acessos ao Morro da Serrinha. Ao fundo, viaturas fazem o patrulhamento | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
A PM fez operações nos Morros São José da Pedra e Serrinha com objetivo de acabar com a guerra entre traficantes pelo controle dos pontos de vendas de drogas. Cinquenta homens do Bope ocupam a comunidade com o auxílio de três carros blindados.
Os acessos próximos ao morro foram fechados e motoristas foram orientados a evitar o local por rotas alternativas. Há informações de que mais corpos estariam no local. Moradores relatam também que estão sem água e energia elétrica, já que os tiros teriam atingido canos e transformadores.
"Realmente a gente fica inseguro dentro de nossa própria casa", afirmou um morador que não quis ser identificado.
Desde a última sexta-feira, traficantes do Morro São José tentam tomar o Morro da Serrinha. Na tarde desta segunda-feira, um traficante morreu e outro ficou ferido durante um confronto armado entre criminosos. Ninguém foi preso.
Restaurante popular fecha por ordem do tráfico no domingo
Também na tarde desta segunda-feira, em Madureira, o Restaurante Popular Tia Vicentina teve que fechar as portas por ordem do tráfico e, segundo a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, cerca de 1.800 pessoas não puderam almoçar. Um homem que seria bandido foi encontrado morto.
Ainda de acordo com a secretaria, dois criminosos em bicicletas passaram pela porta e fizeram ameaças aos funcionários, por volta das 11h30. O restaurante fechou às 12h15, por questões de segurança. O local, que normalmente recebe 3 mil pessoas por dia, tinha atendido 1.200 clientes quando trancou as portas.
Os confrontos têm assustado moradores e comerciantes de Madureira. Motoristas que tentavam fugir do tiroteio, por volta das 16h, deram um nó no trânsito do bairro, que já é intenso. Nas ruas e passarelas que dão acesso às estações de trem, impressionou a correria em direção ao Mercadão de Madureira, local considerado mais seguro.
Uma morte confirmada
Um homem identificado apenas como Gigante, que seria traficante da Serrinha, foi encontrado morto num carrinho de compras com as mãos amarradas e sinais de espancamento na Rua Sanatório, acesso à favela São José da Pedra. Essa foi a primeira morte confirmada pela polícia, embora os moradores afirmem que há corpos no morro.
A guerra se estendeu a outros bairros, na noite de domingo. Por volta das 20h30, policiais do 41º BPM (Irajá) reforçaram o policiamento nos acessos aos morros do Juramento e Juramentinho, em Vicente de Carvalho e Thomaz Coelho, onde aconteciam tiroteios. Alguns trechos da Avenida Pastor Martin Luther King Jr. chegaram a ser fechados.
Durante a manhã, o medo dominava moradores das favelas São José da Pedra, Dona Zélia, Patolinha e Primavera — adjacentes à Serrinha e que já foram tomados do Terceiro Comando Puro pelo Comando Vermelho. Apenas o bando da Serrinha resiste.
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