UPPs têm 4.360 policiais militares para 200 mil moradores. Região com 3.651.708 habitantes em 13 cidades conta com 2.910 agentes
POR Maria Inez Magalhaes
Rio - Em pouco mais de três anos, o Rio ganhou 21 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e 4.360 PMs para cerca de 200 mil moradores das favelas pacificadas, o equivalente a um PM para cada 46 moradores. A conta da Segurança Pública do estado, no entanto, não é a mesma em relação à Baixada Fluminense.
A região com 3.651.708 moradores distribuídos por 13 municípios tem seis batalhões que, juntos, somam 2.910 agentes, pouco mais da metade do efetivo das 21 UPPs, numa relação de um PM para cada 1.254 habitantes.
Efetivo de 660 PMs já está atuando em duas UPPs no Alemão | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Enquanto algumas UPPs são responsáveis pelo policiamento de uma área, como a do Salgueiro e Formiga, ambas na Tijuca; e Santa Marta, em Botafogo; batalhões da Baixada cuidam da segurança de até três cidades , como é o caso do 20º BPM (Mesquita). Com 637 PMs, a unidade patrulha Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis, com 1.122.058 habitantes no total. A relação é de um PM para cada 1.761 habitantes.
O efetivo do 20º BPM é um pouco menor que o das duas UPPs do Complexo do Alemão, implantadas quarta-feira. As comunidades da Fazendinha e Nova Brasília ganharam 660 agentes. Mas o número será ainda maior, já que a área terá mais uma UPP e duas bases avançadas. O complexo tem 69.143 moradores.
Infográfico: O Dia
A Mangueira, em São Cristóvão — que atende entre outras comunidades Telégrafos, Parque Candelária e Tuiuti — tem o maior efetivo entre as UPPs: são 403 PMs para cerca de 20 mil moradores. O batalhão com maior efetivo da Baixada é o 24º BPM (Queimados), com 500 PMs responsáveis pela segurança de 467.855 moradores de Paracambi, Japeri, Itaguaí, Seropédica, além de Queimados. “Os recursos são limitados. Sempre teremos cobertor curto. É preciso que as inteligências das duas polícias, Civil e Militar, tracem estratégias para entender problema de cada região e distribuir esse efetivo”, analisou a socióloga Julita Lemgruber.
Cidades com alta incidência de crimes
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) de janeiro até março desse ano mostram aumento no número de homicídios, assaltos a pedestres e roubos de carros na Baixada Fluminense. Os dados são os principais indicadores de violência no estado, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
Só em janeiro, houve 86 assassinatos registrados na região. Em fevereiro, esse número subiu para 110 e, em março, foram 132 casos.
Já assaltos a pedestres em janeiro fizeram 994 vítimas na Baixada. Em fevereiro, 1.054, e em março, 1.082 pessoas foram assaltadas.
Em janeiro deste ano, 525 veículos foram roubados na Baixada. No mês seguinte, 556 e, em fevereiro, 607.
Enquanto isso, nas áreas de UPP, esses dados vêm caindo. Segundo o ISP, no ano inteiro de 2011, regiões como Botafogo não registraram homicídios e Formiga, na Tijuca, não teve assalto a pedestres.
Reforço até o fim do ano
Região do 20º BPM (Mesquita), o Jardim Iguaçu, em Nova Iguaçu, não é tranquilo. Moradores se queixam do aumento da violência. “Minha cunhada foi assaltada três vezes”, disse um morador. “Tenho vergonha de morar aqui. Quase não vejo polícia na rua”, lamentou outro.
A PM informou que a UPP e o policiamento de área têm objetivos diferentes. O da UPP é recuperar o território e, portanto, sempre terá mais policiais. Até o fim do ano, 4 mil PMs serão contratados e os batalhões da Baixada, reforçados. Ações em áreas críticas têm tido apoio do Batalhão de Operações Especiais.
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