Herculano Barreto Filho
Em 6 de março, 16 policiais foram transferidos do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para batalhões do interior do estado. Treinados em ações táticas, guerrilha urbana e tiro de precisão, entre outros cursos, foram fazer policiamento de rua em Campos e Macaé, pouco depois da greve da corporação.
Nesta sexta-feira, voltaram ao Rio e à sua formação inicial: passaram a integrar um grupo tático do Comando de Polícia Pacificadora (CPP).
Polícia encontra mais dois fuzis na RocinhaFoto: Cléber Junior / Extra
E, no primeiro dia na Rocinha, a equipe já mostrou serviço: sete dos caveiras seguiram uma trilha com pegadas deixadas por traficantes na mata, na área conhecida como 199, e encontraram dois fuzis enterrados. A localidade é a mesma em que foi morto, na quarta-feira, o cabo do Batalhão de Choque Rodrigo Alves Cavalcante.
— Estamos motivados com esse desafio, porque vamos desempenhar uma função fundamental no processo de pacificação da Rocinha — disse um dos policiais, que prefere não se identificar.
Onze desses caveiras — entre sargentos, cabos e soldados — estavam no 8 BPM (Campos). Os outros cinco prestaram serviço no 32 BPM (Macaé). Na próxima semana, outros caveiras transferidos também deverão reforçar a equipe.
Agora, eles fazem parte do grupo comandado pelo major Edson Raimundo dos Santos, que coordena o policiamento na Rocinha. Ex-Bope, o oficial já tinha trabalhado com os novos integrantes do CPP.
Os caveiras que reforçaram o CPP não reforçarão apenas o processo de pacificação na Rocinha. Comunidades pacificadas onde o tráfico enfrenta a polícia — como ainda ocorre nas UPPs da Mangueira, São Carlos e Fallet, Coroa e Fogueteiro — também poderão contar com o reforço do grupo tático.
Os novos integrantes do CPP também irão ajudar na formação dos recrutas recém-formados. A Rocinha será usada pela polícia como local de treinamento para os policiais que saírem do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças.
— Vamos atuar em qualquer área de UPP que tenha problema. Agora, estamos na Rocinha, onde tudo pode acontecer. O mais importante é ajudar na formação desses recrutas, na prática. Eles estão muito motivados. A experiência que tivemos no Bope vai ser fundamental para isso — comentou um dos novos policiais do CPP.
Identificar o comportamento de pessoas ligadas ao tráfico e áreas usadas para esconder drogas e armas estão entre os ensinamentos que serão passados pelos caveiras aos novos recrutas.
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