Bernardo Costa
Foi enterrado, com honras militares, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, o cabo do Batalhão de Choque (BPChq) Rodrigo Alves Cavalcante, de 32 anos, morto na Rocinha durante um patrulhamento, na madrugada desta quarta-feira.
Muito emocionado e amparado por parentes e amigos, o pai do PM e ele próprio ex-PM, Osaide de Holanda Cavalcante, de 67 anos, despediu-se o terceiro filho perdido pela violência em 20 anos.
Seu Osaide (de cabelos brancos) é amparado por parentesFoto: Gabriel de Paiva / O Globo
- Quem perdeu a mãe quando tinha um ano e oito meses, um pai para o câncer e teve três filhos assassinados tem que ser forte. A maior força vem da fé em Deus - disse.
Um PM chora no enterro do cabo Rodrigo Foto: Gabriel de Paiva / O Globo
Depois do enterro, Osaide criticou as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), alegando que a ocupação policial tem que estar acompanha de uma ocupação social:
- De que adianta UPP sem serviço social? As primeiras coisas (nas comunidades pacificadas) devem ser creches, escolas, postos de saúde. Sem isso, é gerado um vácuo porque o vagabundo da boca-de-fumo sabe da dificuldade do morador e ganha a confiança dele dando dinheiro. Verba para (obra no) Maracanã, eles têm.
A salva de tiros: honraria militar na despedida ao PM Foto: Gabriel de Paiva / O Globo
O ex-PM também disse não ter sido procurado pelo governador Sérgio Cabral.
- A solidariedade está vindo de vocês, da imprensa.
O comandante-geral da PM, coronel Erir da Costa Filho, esteve no sepultamento e disse que a tendência é a resistência tráfico da Rocinha diminuir.
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