Cabo do Exército Geraldo Sant'anna foi assassinado por PMs em 2003
Rio - A 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio condenou a casa de espetáculos Via Show e o Governo do Estado do Rio a indenizarem em R$ 660 mil, por danos morais, a família do cabo do Exército Geraldo Sant'anna de Azevedo Júnior, morto em 6 de dezembro de 2003, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, após ser atingido por disparos de arma de fogo efetuados por policiais militares. A ação foi proposta pelos pais, irmã e tia da vítima contra o Estado, a casa de shows e seus sócios. Os réus serão solidários no pagamento das indenizações
Geraldo, que estava no local com outros três amigos, teria urinado ao lado do carro de um soldado PM responsável pela segurança dos camarotes da casa noturna. Os policiais teriam interpretado que os rapazes estariam tentando furtar o veículo e começaram a agredir e torturar as vítimas, sendo os corpos encontrados dias depois com vários tiros, principalmente na cabeça. Com a decisão, a Câmara negou provimento aos recursos do Estado do Rio de Janeiro e da Via Show, reformando em parte a sentença da 6ª Vara da Fazenda Pública da capital.
A mãe e o pai de Geraldo receberão, cada um, R$ 300 mil. A irmã, R$ 40 mil, e a tia, R$ 20 mil. A Via Show também foi condenada ao pagamento de pensão mensal, no valor de um salário-mínimo, aos pais da vítima, cabendo a metade a cada um deles, até a data em que Geraldo completaria 65 anos de idade. Os réus também foram condenados a pagar os gastos da família com o funeral, fixado em três salários mínimos; e R$ 11 mil, referente ao valor do veículo da vítima, desaparecido no dia do fato e encontrado, posteriormente, depenado.
O relator do recurso, desembargador Lindolpho Morais Marinho, considerou que, em caso de suspeita de furto, caberia ao policial militar encaminhar o acusado à delegacia de polícia e não julgá-lo e executá-lo sumariamente.
PM morto em frente à Via Show
Na madrugada deste domingo, o policial militar Fábio Martins de Souza, 31 anos, lotado no Grupamento Aero Marítimo (GAM) foi morto a tiros, na madrugada deste domingo, na saída da casa de shows Rio Sampa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Francinei Custódio de Medeiros, 33, amigo de Fábio ficou ferido. O soldado foi enterrado na manhã desta segunda-feira, no Cemitério de Sulacap, Zona Oeste do Rio.
O crime, registrado pelo circuito de TV, ocorreu após uma briga que começou dentro de uma boate, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, e terminou no estacionamento da casa de shows. O PM, que teria saído em defesa do amigo, levou sete tiros e morreu na hora. Atingido na perna, braço e barriga, Francinei está internado no Hospital da Posse.
O operador de som da Câmara de Vereadores de Mesquita, Marcos André Gomes Marinho, o Orelha, 30 anos, matou o policial militar disse ao jornal O Dia que não quis matar ninguém.
“Não quis matar ninguém. Na primeira vez, tomei o revólver 38 do Francinei e entreguei a um segurança. Francinei voltou com uma pistola 380 e mais uma vez o dominei e tomei-lhe a arma. Por fim, me vem o PM, agora também com um 38, e deu no que deu”, lembrou o operador de som.
O Palio que ele dirigia foi alvejado três vezes.
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