Paolla Serra
A Polícia Militar se manifestou, nesta sexta-feira, sobre a matéria publicada pelo EXTRA que mostra o relatório de uma vistoria realizada pelo Conselho Nacional de Justiça, no Batalhão Especial Prisional (BEP), em dezembro do ano passado.
De acordo com a nota enviada pela assessoria de imprensa da corporação, desde a inspeção o comando do batalhão mudou e “protocolos e procedimentos já foram adotados”.
A PM frisou ainda que a unidade é fiscalizada com frequência pela corregedoria interna, pela Vara de Execuções Penais e pelo Ministério Público. Há ainda fiscalizações com animais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque).
Uma das celas do BEP, fotografadas durante inspeção do CNJ Foto: Divulgação
Segundo a nota, todas as denúncias feitas pelo relatório da CNJ são ou foram motivo de averiguação, sindicância ou inquério policial militar. Nas inspeções, documentadas por fotos, foram encontradas celas com ar-condicionado, TV de plasma, teto rebaixado, piso de cerâmica, cozinha artesanal e farta variedade de eletrodomésticos. De acordo com o relatório, quanto maior a patente do preso, maiores eras as regalias. Até um banco 24 horas foi encontrado dentro da unidade.
O relatório do CNJ apontou regalias nas celas dos presos, no BEP. Na foto, um dos espaços flagrados pelos juízes durante inspeção, no ano passado Foto: Divulgação
O Batalhão Especial Prisional, que abriga PMs e ex-PMs em Benfica, já foi cenários de festas. Em julho de 2010, o ex-PM Carlos Ari Ribeiro - apontado como o principal matador da maior milícia do Rio - foi preso quando dirigia um carro roubado. Levado para o BEP, Carlão comemorou o aniversário do filho com uma festa dentro da unidade. O evento, decorado com bolas coloridas, foi regado a cerveja e energéticos. No ano passado, um capitão “esqueceu-se” de trancar as galerias onde estavam os presos, deixou de fazer a conferência e Carlão fugiu. Ele foi morto em setembro de 2012, em Inhoaíba, na Zona Oeste.
Leia a nota da PM na íntegra:
1- As imagens e fatos apresentados na reportagem do jornal EXTRA desta sexta-feira (30/11) se referem ao mês de dezembro do ano passado. Desde então, o comando da Unidade Prisional mudou e vários novos protocolos e procedimentos já foram adotados. A Corregedoria Interna da PM, a Vara de Execuções Penais (VEP) e o Ministério Público (MP) estadual fiscalizam o BEP com frequência.
2- Todos os fatos irregulares são ou foram motivo de averiguação, sindicância ou Inquérito Policial-Militar. A PM participa das fiscalizações da VEP com os animais do Batalhão de Ações com Cães e com o reforço do Batalhão de Polícia de Choque.
3- A corregedoria mantém vigilância externa sobre a Unidade Prisional. Em outubro do ano passado, uma destas operações flagrou 2600 latas de cerveja que ingressariam naquela unidade.
4- Hoje aquela unidade tem 325 presos. Destes, 41 são ex-PMs mantidos por liminar da Justiça.
5 - O posto bancário existente na Unidade atende ao efetivo e aos funcionários de outros órgãos que interagem com o trabalho na prisão, como a Defensoria Pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário