quinta-feira, 16 de setembro de 2010

PM ocupa Complexo da Mangueirinha por tempo indeterminado

Rio - O Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, vai ser ocupado por tempo indeterminado. A ordem partiu do comando-geral da Polícia Militar.

No terceiro dia seguido de operações nas cinco favelas  que compõem o Complexo, seis pessoas foram mortas, entre eles um policial, durante confronto entre PMs do 15º BPM (Caxias) e traficantes.

O reforço do policiamento na comunidade foi informada durante a operação desta quarta pelo comandante do 15º BPM, o tenente-coronel Sérgio Mendes. Segundo ele, o o reforço seria pela possível represália pela morte do chefe do tráfico na região, Rosivaldo Marinho do Nascimento, o Sombra, como fechamento de vias importantes e incêndio de ônibus.

Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia

Três fuzis foram apreendidos, além de pistolas, munição e drogas na operação de quarta-feira | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia

De acordo com a PM, 50 homens de cinco batalhões, com o auxílio de dois veículos blindados, estão em mais uma operação, nesta quinta-feira, para tentar localizar um possível paiol do tráfico local. Os PMs também têm a incumbência de localizar e retirar barricadas colocadas pelos bandidos para impedir o acesso de veículos da polícia.

Segundo os agentes que estão no local, por volta das 9h30 desta quinta-feira, "mensageiros do tráfico" deram ordens para o comércio no entorno do complexo fechasse as portas em luto forçado pela morte de cinco traficantes em tiroteio ocorrido nesta quarta.

Operação iniciou ainda de madrugada

Além dos seis mortos na operação, a polícia apreendeu três fuzis, pistolas, munição e drogas. Um PM ficou ferido.

Durante a madrugada de quarta, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram até a comunidade, mas não houve tiroteio. Por volta das 10h30, cerca de 60 policiais do 15º BPM e de outros batalhões da Baixada Fluminense também fizeram incursões nas favelas, sem confrontos.

No início da tarde, os PMs receberam a informação de que um grupo de traficantes estaria escondido numa casa próxima ao acesso à Pedra do Sapo. Ao cercarem o imóvel, os traficantes abriram fogo e o cabo Welber Inácio da Cruz, 38, foi atingido na cabeça por um tiro de fuzil. Houve revide e os criminosos foram baleados. Além de Sombra e da mulher, Viviane Barbosa Inez, os outros mortos seriam Maikinho, o segundo na hierarquia da Mangueirinha; além de Café e Pivete, seguranças de Sombra.

Feridos, todos foram levados ao Hospital Moacir do Carmo, mas não resistiram. Na casa onde o grupo se escondeu, foi encontrado ainda um pequeno arsenal: três fuzis calibre 7.62, três pistolas — duas 9mm e uma calibre 40 — 205 papelotes e cápsulas de cocaína, dois quilos de crack, ainda em tabletes, três capas de coletes à prova de balas, celulares, radiotransmissores, além de munição para diversos calibres, entre eles para carabina calibre .30, o que indica que os criminosos têm este tipo de armamento.

Na troca de tiros, um policial ainda ficou levemente ferido ao ser atingido por estilhaço de munição no rosto. “Esses líderes do tráfico foram mortos e armamento pesado, apreendido. Porém, não posso considerar que o resultado da operação tenha sido positivo porque, infelizmente, perdemos um policial”, lamentou o comandante do 15º BPM, tenente-coronel Sérgio Mendes.

Denúncias deram início à guerra

As operações no Complexo da Mangueirinha começaram na segunda-feira, quando a PM recebeu denúncias de moradores dizendo que traficantes estavam instalando barricadas nos acessos. Enquanto a polícia retirava a carcaça de um carro do meio da rua, traficantes abriram fogo e um tenente ficou ferido no olho direito por estilhaços. Ele corre o risco de perder a visão.

Na terça-feira, homens do 15º BPM voltaram à região e houve troca de tiros. Ninguém ficou ferido, mas quatro homens que teriam envolvimento com o tráfico foram presos com pequena quantidade de munição e radiotransmissores. “As operações nas cinco favelas da região (Mangueirinha, Santuário, Sapo, Corte Oito e Colômbia) vão continuar”, disse o tenente-coronel Sérgio Mendes.

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