PM acabou com 21 dos 98 Postos de Policiamento Comunitários (PPCs).
Moradores do Turano temem extinção do posto da região.
Alba Vléria Mendonça Do G1, no Rio
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Brito, garantiu nesta quinta-feira (30), que os 21 Postos de Policiamento Comunitário (PPCs) e os Destacamentos de Policiamento Ostensivo (DPOs), que foram extintos, eram completamente inoperantes. Eles não registravam nenhuma ocorrência ou prestavam serviços às comunidades onde estavam instalados.
"O que poderiam fazer dez policiais contra cem traficantes armados com fuzil? Nada. Eles ficavam enclausurados, acuados. Não registravam nenhuma ocorrência. Agora, esses homens estão no patrulhamento nas ruas, ajudando na prevenção. Usamos o princípio da razoabilidade. Mas isso não quer dizer que demos adeus às comunidades. Saímos, mas podemos voltar a qualquer momento", disse o comandante geral.
Desafio para as comunidades
O coronel não acredita que a extinção dos PPCs e DPOs tenham deixado os moradores das comunidades mais vulneráveis. Ao contrário, para o oficial, este será o momento para as associações se unirem para impedir que traficantes ocupem os antigos postos.
Segundo o coronel, a maioria dos postos ocupava prédios que estavam abandonados nas favelas. "A polícia do jeito que estava nos postos não representava o poder do estado. Não era um poder do estado. Deixamos um desafio para os moradores, para as instituições sociais para ocupar esses espaços nas comunidades. Todos juntos, estado e sociedade temos de desestruturar a subcultura do ódio que é promovida pelos traficantes", enfatizou o coronel Mário Sérgio.
Segundo a PM a maioria dos prédios onde estavam instalados os postos de policiamento eram imóveis que estavam abandonados na favela. Alguns não tinham sequer instalação de água. De acordo com o coronel, poucos desses imóveis ocupam lugares estratégicos nas favelas.
Moradores temem o vazio deixado pela PM
Os moradores do Morro do Turano, na Tijuca, na Zona Norte, estão realizando encontros para discutir a saída do policiamento do local. Segundo o presidente Gilson Rodrigues, os moradores estão se sentindo abandonados pelo poder público.
"A saída do PM deixou um vazio na comunidade. Já disseram que o antigo posto está sendo ocupado por bandidos, o que náo é verdade. Por enquanto, temos apenas uma moradora de rua alojada lá. Estamos estudando a possibilidade de fazer de lá a nossa sede e montarmos cursos profissionalizantes e programas sociais para a comunidade. Mas precisamos de ajuda do governo", disse Rodrigues.
Alguns postos serão mantidos
Segundo o coronel Mário Sérgio, alguns casos estão sendo revistos e os postos podem náo ser extintos, como aconteceu na comunidade do Caju, na Zona Portuária, da Barreira do Vasco, na Zona Norte e de Nova Sepetiba, na Zona Oeste. O comandante também disse que o Gpae do Morro Pavão Pavãozinho, na Zona Sul, será mantido.
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