Prezados leitores,
Praças da PMERJ.
Toda promoção é conseqüência de mérito.
Quando não é fraudulenta, claro.
Sistemas de controle podem ser burlados.
Alguém, desses que costumamos chamar “espertalhões,” podem encetar simulacros e enfiar-se em meio àqueles que verdadeiramente merecem ser promovidos.
Isso acontece no meio civil e militar.
Na PM, particularmente, há pelo menos três formas de promoção por mérito.
1. O mérito “normal”, colhido no exercício da profissão consoante o ingresso em determinadas condições satisfatórias, que fazem o profissional alçar um degrau na carreira e é conhecida por promoção por tempo de serviço. O tempo de serviço é uma consideração essencial, mas não única, pois exige outras em que se leva em consideração, por exemplo, as situações judiciárias e militar e o Quadro Profissional onde o PM se insere.
2. O “mérito especial”, aquele em que o PM conquista e permite-lhe alçar um degrau da profissão antes de outros com tanto ou mais tempo de serviço do que ele. Isso ocorre nas chamadas promoções por merecimento. Nesses casos, todas as outras condições expressas anteriormente são satisfeitas, mas, além disso, a Corporação reconhece qualidades profissionais nos seus integrantes que o credenciam à promoção naquele tempo, antes de outros.
3. Há também as promoções por bravura, com critérios especiais onde o tempo de serviço não conta tanto, mas, sim, a ação encetada, além da satisfação de algumas condições, como a situação judiciária do aspirante (no sentido amplo) à promoção.
Não vou levar em consideração outras possíveis formas de promoção, embora haja.
Também esclareço que essa foi a forma pedagógica que encontrei de fazer com que os leitores deste blog, na maioria civis, saibam como mais ou menos funcionam as promoções.
Não há, pois, promoção que não seja por mérito, a não ser que haja crime, falsificação, simulacro.
A promoção por tempo de serviço é uma promoção por mérito também.
Claro que é.
Reconheço isso.
Todavia, a carreira de Sargento é excepcionalmente importante para uma instituição militar, de modo que não que não pode ficar relegada a um ponto secundário, rebaixada de sua condição e estatura; tratada como paliativo remuneratório e instrumentalização política.
O Sargento da PMERJ tem uma importância muito grande para nossa instituição.
E para a sociedade principalmente!
Ele é, como se diz no universo das Forças Armadas, o elo entre o comando e a tropa.
Sargentos têm a obrigação de conhecer bem sua profissão; os aspectos jurídicos, militares, sociológicos, administrativos, tanto para aplicação no ambiente interno quanto no ambiente externo no contato com o público.
Infelizmente, o sistema criado no passado se naturalizou como único possível.
Mas há saída e ela deve ser buscada.
É hora de agregar valor à carreira de todas as formas possíveis.
Há excelentes Cabos e Soldados ansiosos por concursos internos para Sargentos; estudiosos, cultos, trabalhadores nas escalas e nos indesejados e estressantes “bicos”, que, mesmo com todas as dificuldades, se entregariam de corpo e alma aos estudos por uma vaga num CFS.
E isso vale para os Cabos também!
Para o CFC, sim!
Cabo PM não é só um compasso de espera. Cabo PM é uma graduação de COMANDANTE.
Cabos são comandantes de guarnição e guarnição PM!
Promoções meritórias com fundamento principal no tempo de serviço, e não no lustro profissional, não pode ser a marca da PMERJ.
Vejam o desestímulo dos nossos Praças cursados!!
Foram sendo ultrapassados nas promoções, deixados de lado, esquecidos no receio comum de quem enfrenta grandes problemas causados por outros. Não foram nossos últimos Comandantes Gerais que criaram tal situação, mas terá que ser resolvida.
Cabo PM e Sargento PM são graduações profissionais de conhecimento além de braços de combate.
São graduações de saber, de interpretar, de escrever bem como escreve a Mônica, do blog Praças da PMERJ; como escreve o CB Verdade, do mesmo espaço; como escreve e argumenta bem o Praça Mário Taqueus e outros que têm escrito para mim com críticas e sugestões.
Tenho dito, e repetido, que nossa Corporação tem que ser um corpo militar com regras claras que promovam equanimidade e justiça.
Somos uma Polícia Militar com mais de 37.000 valorosos homens e mulheres que quer e deve ser respeitada pelo que fazem e pelo que sabem.
Chega de especialistas “de fora”. Nossos CABOS é que devem ser especialistas em segurança pública. Nossos SARGENTOS é que devem ser reconhecidos como especialistas em segurança pública ainda mais.
Sonho com o dia em que instruídos e bem remunerados, Cabos, Sargentos e Subtenentes da PMERJ possam comparecer aos debates nas universidades e outros espaços democráticos de socialização do saber, para deixarem suas marcas de profissionais conhecedores na clareza das idéias e domínio cognitivo sobre seu universo de trânsito profissional; muito, muito além de meros repetidores ou “operadores do sistema”.
Não me ofendo Mônica(blog Praças da Pmerj), se você diz que mando uma bola fora.
Sua crítica é bem-vinda.
Quer saber, eu também pensaria e diria o mesmo muito provavelmente até conhecer o todo do que se pretende.
Vou mandar muitas bolas fora simplesmente porque estou arriscando acertar; só arriscando o chute podemos acertar.
Já sei, de antemão, que não vou agradar na maior parte do tempo e não anseio isso, mas o que está estragado deve ser consertado.
Outros tentaram e falharam.
Nossa chance agora é maior porque vamos consertar juntos.
Daí a comissão de círculos que vai integrar o estudo.
Vai sugerir, argumentar, se comprometer e fomentar a decisão.
Vai ser um grande trabalho de muitas mãos, de muitas patentes, de muitas graduações.
Vai ser um trabalho lento, gradual, nada será decidido sem muita reflexão e participação de todos.
Toda promoção é meritória, mas em honra à importância da graduação de Cabos, Sargentos e Subtenentes, vamos construir, juntos, uma carreira na qual não haja qualquer dúvida disso.
Somos uma Corporação de Bravos.
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