Duas testemunhas colaboram com as investigações.
Marco Jara foi enterrado neste sábado (26).
Do G1, no Rio
Policiais da 36ª DP (Santa Cruz) realizaram buscas na comunidade do Cesarão, na Zona Oeste do Rio, para tentar localizar, neste sábado (26), os criminosos que mataram o lutador Marco Jara, na véspera do Natal. O americano, amigo dele, baleado na barriga, permanece internado no CTI do Hospital Copa D’Or, na Zona Sul.
Policiais militares também realizaram uma operação neste sábado, na Favela do Aço, na Zona Oeste. Mas ninguém foi preso.
De acordo com o delegado que investiga o caso, uma testemunha se apresentou e prestou um depoimento preliminar. Seria um mecânico que foi rendido pelos suspeitos e obrigado a dirigir o Land Rover roubado. A polícia acredita que ele tem condições de ajudar a fazer um retrato falado.
Outra testemunha que está colaborando com a investigação é o motorista do Siena roubado antes da abordagem ao lutador brasileiro e o amigo americano. Ele se apresentou no dia do crime, na 35ª DP (Campo Grande) e foi encaminhado para a 36ª DP, onde viu fotos de suspeitos, mas não conseguiu identificar ninguém.
Corpo do lutador é enterrado
O corpo do lutador Marco Jara foi enterrado na tarde deste sábado, no cemitério São João Batista, na Zona Sul. Parentes e amigos acompanharam o sepultamento. A mãe dele, Jane Albuquerque, estava muito abatida. "Meu filho, nunca vou te esquecer", disse, chorando.
Cerca de 200 pessoas acompanharam o cortejo, entre elas, o ator Luciano Szafir, amigo do lutador de jiu-jítsu. Ele não quis falar com a imprensa.
O tio de Marco, Jeferson Azevedo, que chegou dos Estados Unidos e foi direto para o enterro, não conseguiu conter a emoção. "Se eu pudesse, trocava de lugar com ele", desabafou.
Parentes e amigos acompanham o sepultamento do lutador Marco Jara. (Foto: Vivianne Banharo / G1)
Segundo Jane, Marco, que não era casado nem tinha filhos, morava há 20 anos nos Estados Unidos, onde era lutador e professor de artes marciais. Mas o filho costumava vir ao Rio a cada de três meses para vê-la e encontrar os amigos.
"Nossa família é muito grande, mas ele era o sobrinho mais querido, o primo mais querido. Meu filho era muito amado por todos. Ele não deixa filhos, mas costumava dizer que eu era como filha dele, que dava sempre trabalho porque gostava de gastar muito", lembrou a mãe.
Jane contou que não sabe ainda detalhes sobre como aconteceu a morte de Marco Jara. Ela disse que o filho saiu da casa dela, em Copacabana, na Zona Sul, por volta de 13h do dia 24, com o amigo americano Brent Garret. Eles iriam passar o Natal na Pousada do Sandy, em Paraty, no Sul Fluminense.
"Só Deus e meu filho sabem o que realmente aconteceu. Imagino que ele tenha sido morto por ter sido confundido com um policial pelos assaltantes. Ele estava usando uma camisa do FBI (polícia federal americana), já que tem uma academia em Los Angeles, onde ensina artes marciais aos policiais. Mas isso é um mistério que só Deus e ele saberiam responder", ponderou a mãe.
Jane contou ainda que o enterro do filho foi antecipado para o início da tarde deste sábado porque amigos que costumavam jogar futebol com Marco Jara no fim de ano, vão prestar uma homenagem ao lutador no início da noite, na Praia de Copacabana.
"Amanhã vou visitar o Brent no hospital. Depois, vou com meu irmão que morava com meu filho nos Estados Unidos para ver como posso fazer para providenciar a mudança das coisas dele para o Brasil", disse ela, acrescentando que jornais do Japão têm dado destaque à morte do lutador, que venceu importante torneio de luta naquele país.
Dois amigos baleados num assalto
Ele e um amigo americano foram baleados durante um suposto assalto em Santa Cruz, na Zona Oeste, quando estavam seguindo para Paraty, no Sul Fluminense, para festejar o Natal na quinta-feira (24).
Eles foram abordados por dois homens armados em um Siena, no momento em que eles foram buscar algo na traseira do Land Rover, onde estavam. Segundo a polícia, Bret Garret Massnam foi baleado e jogado para fora do carro, enquanto os suspeitos fugiram no Land Rover com Jara.
O lutador foi encontrado horas mais tarde, assassinado, dentro do carro, num acesso da Favela do Sapo, em Senador Camará, na Zona Oeste.
Segundo boletim divulgado na manhã deste sábado (26), Brent continua internado no CTI. Ele está lúcido e seu quadro clínico é estável, mantendo todas as funções vitais naturalmente, sem ajuda de aparelhos. A tomografia realizada na sexta-feira (25) não revelou necessidade de novo procedimento cirúrgico, pelo menos até o momento. Ele permane em observação. Não há previsão de alta.
O americano foi baleado na barriga e passou por uma cirurgia para retirada de fragmentos de bala, no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na sexta-feira (25), e depois foi transferido.
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