quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Soldado do Exército teria sido atacado por colega de farda em Deodoro

roubo de fuzil

Golpeado pelas costas, por um companheiro de farda. A investigação do Serviço Reservado (S-2) do Exército, que apurou o roubo de um fuzil ParaFAL calibre 762, ocorrido na madrugada de sábado no quartel da Brigada de Infantaria Paraquedista, chegou ao nome do soldado Rodrigo da Silva Campos. Ele foi preso preventivamente, por determinação da Justiça Militar, acusado de tentativa de homicídio contra o soldado Alan Cardec dos Santos Caires e pelo roubo de armamento militar.

O Exército abriu um Inquérito Policial-Militar (IPM) para apurar o caso. O fuzil, que foi recuperado pelo Serviço Reservado na madrugada do último domingo, teria como destino a Favela do Jacarezinho. O Exército chegou a montar uma operação conjunta com a Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) para entrar na favela, mas descobriu que a arma não tinha saído de Deodoro: ela estava dentro de um carro estacionado debaixo do viaduto na entrada do Campo de Instrução de Gericinó, na Avenida Brasil, esperando o soldado Rodrigo sair do plantão de domingo. Segundo a investigação do Exército, a namorada do militar mora no Jacarezinho e ele venderia o armamento na segunda-feira para os traficantes da favela.

O ataque aconteceu às 3h de sábado, no Destacamento de Saúde Paraquedista. O soldado Alan Cardec, que ficaria como sentinela do quartel até 4h, foi golpeado duas vezes, na cabeça e na nuca, e desmaiou. O Exército ainda está tentando localizar a arma usada no crime, que poderia ser um pedaço de madeira, um martelo ou até uma chave de roda. Segundo as investigações, depois de roubar a arma do companheiro de farda, o soldado Rodrigo, que está há menos de um ano no Exército, ligou para um comparsa que esperava do lado de fora do quartel, que fica em Deodoro. Foi ele quem colocou o fuzil na mala do carro, um Gol vermelho. O Exército ainda está tentando identificar o comparsa, que seria um amigo de Rodrigo. O roubo foi notado algumas horas depois, quando o militar que faria a troca de plantão encontrou Alan Cardec caído no chão.

O Serviço Reservado foi chamado e iniciou uma investigação. Todos os militares que estavam no plantão foram ouvidos e denunciaram que Rodrigo tinha chegado mais cedo para o plantão do dia seguinte e ficou ao telefone durante a madrugada. Ele ainda tentou esconder o aparelho, mas não conseguiu. O telefone foi descoberto pelos investigadores, que descobriram a participação de Rodrigo no crime e depois conseguiram a localização do armamento. A 2ª Seção da Brigada de Infantaria Paraquedista recebeu uma ligação anônima informando a localização do fuzil, próximo à saída para a Avenida Brasil, que foi confirmada em seguida pelo militares. O carro já estava sendo observado por militares de outro batalhão porque estava há mais de 24h estacionado no mesmo local.

Segundo militares, o soldado Alan Cardec dos Santos está internado, ainda em coma, no Hospital Central do Exército (HCE). Ele teve um traumatismo craniano e ainda corre risco de vida. Em nota, no último domingo, o setor de comunicação social do Exército informou que ele permanece em recuperação no Centro de Tratamento Intensivo (CTI).

No ano passado, o serviço de inteligência do Exército já tinha recuperado um fuzil FAL calibre 762 roubado de um sentinela do Parque Regional de Manutenção, da 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, em Deodoro. O crime foi cometido pelo ex-soldado Rodrigo dos Santos Oliveira, que esfaqueou o militar Gabriel Pinheiro Pereira da Silva, de quem foi retirada a arma e fugiu em um táxi. A arma foi recuperada na Favela do Lixão, em Duque de Caxias. Em 2006, o Exército ocupou diversas favelas e conseguiu recuperar dez fuzis e uma pistola que tinham sido roubadas Estabelecimento Central de Transporte (ECT), em São Cristóvão. Dois antes os militares já tinham ocupado os morros Pavão e Pavãozinho para recuperar três fuzis calibre 762 que tinham sido roubados do Museu Histórico do Exército, no Forte de Copacabana.

Extra Online

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