Rio - A polícia ainda investiga o que teria levado Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, a invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira e matar 11 crianças barbaramente, nesta quinta-feira, em Realengo.
Usando uma roupa azul, que lembrava uma farda militar com uma espécie de cinturão para munição e arma, o assassino também estava com luvas pretas.
Após cometer os crimes, Wellington, que era ex-aluno na escola, acabou sendo alvejado na perna pelo policial Márcio Alexandre Alves. Ao cair ensanguentado na escada deu um tiro na própria cabeça e morreu.
Foto: Agência O Dia
O criminoso deixou uma carta onde revela indícios de insanidade. A polícia investiga se as referências feitas na carta a "pessoas impuras" seriam referência a mulheres.
Dez das vítimas fatais do massacre eram meninas. Na carta, Wellington diz ser um homem puro e que sabia que não sairia vivo da escola. Ele levou um lençol branco no qual pediu para ser carregado.
No texto ele diz que não deixará que pessoas impuras toquem nele. Wellington pede na carta para ser enterrado junto de sua mãe adotiva, falecida há um ano, e que morava a 3 quadras da escola onde ocorreu o massacre.
Foto: Reprodução
Muito abalado, o governador Sérgio Cabral lamentou a tragédia e chamou o assassino de "animal" e "psicopata".
"Temos que aguardar as investigações da polícia, mas é preciso saber de onde veio todo essa experiência de tiros do matador", disse, salientando que Wellington estava 'muito armado'.
Ele tinha duas armas nas mãos, um cinto com armanento e equipamentos profissionais. No momento do massacre, cerca de 400 alunos estavam na escola.
Trecho final da carta que mostra a assinatura do assassino | Foto: Reprodução
Cabral aproveitou a oportunidade para a agradecer ao terceiro-sargento Alves, que estava a dois quarteirões da escola junto com Batalhão de Polícia Rodoviária, o primeiro a chegar ao local do atentado. Ele foi avisado para ir à escola por dois alunos feridos e uma professora que, em pânico, corriam pela rua pedindo socorro.
Ao chegar ao local, o terceiro-sargento atingiu a perna do atirador quando ele estava acessando o terceiro andar do prédio (as vítimas eram de duas salas no primeiro andar). Ao cair no chão, o atirador se matou. Segundo Cabral, o assassino 'estava se preparando para fazer mais disparos".
Ele lembrou ainda que há pouco tempo, o psicopata foi ao local pedir seu histórico escolar. Na ocasião, ele foi reconhecido por uma funcionária da sala de leitura.
Parentes e amigos dos alunos cercaram a escola à procura de informações | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Tragédia na Zona Oeste
Na manhã desta quinta-feira, 7 de abril, um jovem de 24 anos entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste da cidade, dizendo ter sido convidado para dar uma palestra aos alunos. Ele subiu três andares do prédio e entrou numa sala onde 40 alunos da nona série assistiam a uma aula de Português, abrindo fogo contra os estudantes com idades entre 12 e 14 anos.
Testemunhas relatam um verdadeiro massacre. Wellington Menezes de Oliveira teria mirado contra a cabeça dos estudantes, com a clara intenção de matá-las. Quase trinta alunos foram baleados e mais de 10 morreram.
Após o ataque, o assassino deixou uma carta de de teor fundamentalista no local. O texto continha frases desconexas e incompreensíveis, com menções ao Islamismo e até mesmo práticas terroristas. Em seguida, ele se matou dando um tiro na própria cabeça.
Parentes e amigos de vítimas se desesperam com tragédia em Realengo | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Alunos, professores e funcionários da escola acreditam que mais de cem disparos foram efetuados. Wellington, um ex-aluno do colégio, estava armado com dois revólveres e recarregou a arma durante a ação.
O imenso barulho também assustou a vizinhança, que ainda ouviu os gritos de horror das crianças que, ensanguentadas, correram às ruas em busca de socorro.
Rapidamente uma multidão se formou em frente à escola. Em desespero, familiares e amigos tentavam ajudar as crianças e identificar as vítimas, ao mesmo tempo que tentavam entender os motivos do massacre.
Crianças atingidas são levadas para hospitais da região | Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
O ministro da Educação, José Haddad, considerou este um dia de luto para a educação brasileira. Com a voz embargada, a presidente Dilma Roussef se disse chocada e consternada com o episódio e, com lágrimas nos olhos, pediu um minuto de silêncio pelos "brasileirinhos que foram retirados tão cedo de suas vidas e de seus futuros".
Minha tristeza e indignação com o ocorrido,trabalho em um colégio particular e sei muito bem que a entrada de pessoas são monitoradas e que a segurança realmente acontece, diferente das nossas escolas públicas que infelizmente estão a mercê da falta de praticamente tudo.
ResponderExcluirAté algo mostruoso acontecer, para que o nosso governo se de conta que é preciso cuidar melhor desssa área também, pois se a segurança existe é só para alguns a grande maioria fica jogada a sorte e pedindo a Deus proteção .Para mim não adianta nada analisar o comportamento dessa pessoa agora, e sim dar as condições normais para a nossa precária instituição escolar. A escola e feita para estudar, educar e tornar os alunos cidadões e não para faltar o básico o necesário para todos.Que os nossos governantes acordem e de o real valor para aqueles que vivem nessa sociedade desigual e desumana.