Informação divulgada pela assessoria de imprensa dava conta que 129 policiais estavam detidos administrativamente
Rio - A Polícia Militar, através do porta-voz Ivan Blaz, desmentiu a informação de sua assessoria de que 129 policiais estão presos dentro do 28º BPM (Volta Redonda). Com isso, cai para 16 o número de PMs presos nesta sexta-feira, após o início da greve da corporação. "Deve ter acontecido um ruído de comunicação", afirmou Blaz.
Cabo Gurgel, um dos líderes dos grevistas, é um dos presos | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Desse montante, nove foram presos após ter mandado judicial expedido pedindo suas prisões, sete foram autuados em flagrante por desobediência, sendo seis deles do 28º BPM. Um dos policiais não teve a identidade divulgada.
Além isso, outros 14 policiais militares serão submetidos a processo administrativo disciplinar, quatro deles já tiveram suas prisões preventivas decretadas. Outros 129 policiais militares do Batalhão de Volta Redonda serão indiciados em Inquérito Policial Militar (IPM) por cometimento de crime militar.
Também na tarde desta sexta-feira, o Corpo de Bombeiros informou que 123 guarda-vidas foram indiciados por falta ao serviço. Todos serão presos administrativamente. O Comandante do 2º Grupamento Marítimo (GMar) da Barra da Tijuca, Tenente Coronel Ronaldo Barros, foi exonerado do cargo.
Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Além disso, o comando-geral da corporação abriu Conselho de Disciplina para avaliar a conduta do cabo Benevenuto Daciolo, que já está preso em Bangu 1, além de 15 guarda-vidas representantes do movimento de greve. Também serão avaliadas as posturas do capitão Alexandre Marchesini e do major Márcio Garcia. O procedimento definirá as punições cabíveis aos envolvidos, podendo chegar à exclusão definitiva do Corpo de Bombeiros.
'Repressão pode ocasionar revolta'
A Justiça Militar expediu 11 mandados de prisão contra os principais líderes grevistas. Destes, nove já foram presos. "A repressão ao movimento pode ocasionar uma revolta tão grande que aí sim vai gerar um problema irreversível. O que gera tumulto é a falta de diálogo. Se eles começarem a prender todo mundo, vai ficar complicado", disse o cabo João Carlos Gurgel, um dos líderes preso.
O coronel Paulo Ricardo Paul também foi preso pela Corregedoria Interna da Polícia Militar por participação no movimento de greve dos policiais. Apesar de estar preso administrativamente, ele cumpre prisão no presídio Bangu 1, no Complexo de Gericinó. Paul, que está aposentado, já foi corregedor da Polícia Militar.
Policiais do 16º BPM (Olaria) gritavam palavras de ordem em frente ao batalhão | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
"Estamos sendo tratados como presos políticos, como traficantes. Somos pessoas que não temos uma folha corrida sem nenhum antecedente. Não podemos ficar presos nessa situação", disse o major PM Hélio Silva de Oliveira. De acordo com ele, o grupo está buscando apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para serem transferidos de Bangu 1.
Além deles, também estão presos os policiais Wagner Luiz da Fonseca e Silva, Adalberto de Souza Rabello, Carlos Antônio Oliveira de Aquino, Pablo Rafael Marques dos Santos, Alonsimar de Oliveira Pessanha, Wagner Jardim Hamude, Nilton Alves Neto e Vivian Sanchez Gonçalves.
Segundo o porta-voz da PM, coronel Frederico Caldas, a situação na capital está controlada, no interior há registro de problemas em Campos dos Goytacazes e Volta Redonda.
"É inaceitável que policiais cruzem os braços. Os policiais que se recusaram a cumprir as normas foram presos por descumprimento, por crime de desobediência. Precisamos dizer para as pessoas que fiquem tranquilas. A situação da segurança está sob absoluto controle".
Por outro lado, representantes do movimento grevista afirmaram, em coletiva realizada nesta sexta-feira, que cerca de 200 policiais militares foram presos administrativamente em Barra do Piraí ao se recusarem a sair em patrulhamento.
A informação foi negada pela assessoria da PM.
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) seguem para Campos, no Norte Fluminense. "Houve uma recusa inicial dos policias de saírem nas viaturas alegando que não havia documentação. O Detran já está providenciando essa documentação", afirmou.
Comandante dos Bombeiros fala em dia normal
O secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, garantiu que a sexta-feira é um "dia normal" na corporação.
"A adesão é zero. Não houve adesão. O Corpo de Bombeiros em nenhuma hipótese pode fazer greve e deixar de atender a população. Não serão toleradas atitudes que maculem o nome da instituição. Posso afirmar que bombeiros e policiais militares estão hoje em padrões de normalidade e é muito importante que a população tenha esta cereteza. Hoje é um dia normal como todos os outros nos 150 anos de existência da corporação", disse Simões à GloboNews.
Em nota, a Polícia Civil informou que o atendimento nas delegacias policiais de todo o Estado está funcionando normalmente. A corporação informou ainda que informações dando conta da paralisação de algumas delegacias, como a 21ª (Bonsucesso), a 22ª (Penha) e a 42ª (Recreio), não procedem. Os delegados titulares dessas unidades estão a postos e garantem que elas estão operando regularmente.
Confira o nome dos policiais militares que foram presos desde o início da greve, por força de um mandado judicial:
Coronel Paulo Ricardo Paul, da reserva
Major Helio Silva de Oliveira, da reserva
Sargento Carlos Antonio de Oliveira Aquino
Cabo João Carlos Soares Gurgel
Cabo Wagner Jardim Hamude
Cabo Nilton Alves Neto
Cabo Vivian Sanchez Gonçalves
Cabo Wagner Luiz da Fonseca e Silva
Cabo Pablo Rafael Marques dos Santos
Policiais presos em flagrante no Batalhão de Volta Redonda:
Soldado Thyago Rodrigues dos Reis
Soldado Lindomar Alcântara e Silva
Cabo Juan Hudson Santos Avelar
Cabo Norberto Moreira de Freitas
Cabo Pablo Rafael Marques dos Santos
Cabo Alan Alves Ricardo
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