Marcelo Gomes
Os policiais civis Walquir Correa da Rocha e Macsuel Rodrigues Alves, lotados na 36ª DP (Santa Cruz), e os advogados José Willian Ferreira da Silva e Ivan Vieira de Carvalho foram denunciados à Justiça e presos preventivamente nesta quarta-feira pelo crime hediondo de extorsão mediante sequestro. A denúncia com pedido de prisão preventiva foi oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual.
A ação relata como o crime foi praticado contra o dono de uma clínica odontológica em 7 de abril. As prisões foram efetuadas pela Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) e pela Corregedoria Geral Unificada (CGU), simultaneamente, por volta de 15h. Os policiais foram presos na delegacia e os advogados, no escritório onde trabalhavam, em Itaguaí, na Baixada Fluminense.
Além dos mandados de prisão, mandados de busca e apreensão requeridos pelo Gaeco e expedidos pela 2ª Vara Criminal de Santa Cruz foram cumpridos nos dois locais e nas residências dos denunciados. Uma moto e uma TV entregues pela vítima como parte do resgate foram recuperadas no escritório.
De acordo com a denúncia, baseada em investigação da Coinpol, o protético foi sequestrado pelos dois policiais e por um terceiro homem, não identificado, quando deixava, de manhã, a clínica em Campo Grande, na Zona Oeste. Inicialmente, os criminosos o mantiveram nos fundos do estabelecimento, alegando que o prenderiam em flagrante sob o falso pretexto de exercício ilegal da profissão de dentista.
Inicialmente exigiram R$ 150 mil para não efetuar a suposta prisão. Depois que o protético apresentou extrato bancário demonstrando não possuir a quantia, os policiais armados o levaram à força para a 36ª DP, numa viatura da delegacia. No trajeto, o obrigaram a tirar um novo extrato bancário. Após passar pela delegacia, do lado de fora, Walquir fez uma ligação e, após 20 minutos, os dois advogados chegaram. A dupla passou, então, a “renegociar” com os policiais as condições para libertar a vítima. Por fim, chegou-se ao valor de R$ 100 mil em espécie, além de uma TV de 21 polegadas e uma motocicleta.
Parentes da vítima também foram à delegacia, presenciando a negociação. Aterrorizado, o protético aceitou as exigências. Ele foi conduzido, então, ao escritório dos advogados no Centro de Itaguaí onde, para acobertar a extorsão, foi simulado um “contrato de prestação de serviços advocatícios”. A televisão foi entregue no escritório no mesmo dia e a moto, no dia seguinte.
Em 14 de abril, sem entregar os R$ 100 mil, a vítima noticiou o crime à Corregedoria Geral Unificada, que a encaminhou à Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol). Esta, por sua vez, instaurou o inquérito que resultou na denúncia do Gaeco.
“É difícil imaginar uma hipótese maior de risco à ordem pública e à paz social do que a associação de policiais civis e advogados para a prática de crime hediondo. A quem a sociedade recorrerá para lhe proteger, se tiver a percepção de que policiais e advogados envolvidos com graves delitos permanecem em liberdade?”, diz a denúncia, ao sustentar a necessidade da prisão preventiva.
Os presos foram levados para a Coinpol, no Centro do Rio, e posteriormente serão transferidos para uma carceragem da Polinter.
Os advogados e os policiais civis foram, regularmente, processados,e,ABSOLVIDOS, do crime que lhes era imputado, com sentença transitada em julgado.O bandido, era o falso dentista.
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ResponderExcluirAs prisões foram efetuadas pela Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) e pela Corregedoria Geral Unificada (CGU), porque não divulgaram com o mesmo alarde como foi efeituada na ocasião das prissões.
ResponderExcluirParabéns aos policiais civis Walquir Correa da Rocha e Macsuel Rodrigues Alves, lotados na 36ª DP (Santa Cruz), e os advogados José Willian Ferreira da Silva e Ivan Vieira de Carvalho que foram ABSOLVIDOS.