Rio - Durante a troca de comando nas comunidades da Penha e do Alemão, Zona Norte, na tarde desta quinta-feira, o governador Sérgio Cabral revelou que o comando da corporação acompanha as manifestações realizadas pelos bombeiros nos últimos dias e que manifestantes podem sofrer punições caso seja encontrada alguma irregularidade. Ainda segundo Cabral, as passeatas atrapalham o trânsito na cidade.
Uma manifestação realizada por bombeiros, na noite desta quinta-feira, já ocupa duas faixas da Avenida Presidente Vargas, pista sentido Praça XV, na altura da Candelária, Centro do Rio. Na quarta-feira, o protesto dos bombeiros deu um nó no trânsito das avenidas Presidente Vargas e Rio Branco.
Protesto de bombeiros deu nó no trânsito na quarta-feira | Foto da leitora Vanessa Rodrigues
Em nota sobre as manifestações que vêm sendo realizadas por um grupo de guarda-vidas há aproximadamente 30 dias, o comando do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Janeiro (CBMERJ) esclarece que, desde 2007, o Governo do Estado do Rio de Janeiro vem corrigindo os salários da Corporação, composta atualmente por mais de 16 mil militares.
A nota diz ainda que "a atual gestão tem investido tanto na melhoria da infra-estrutura dos quartéis, quanto na aquisição de equipamentos e viaturas. Hoje, o CBMERJ oferece à população de todo o estado um serviço ágil, com segurança a nossos bombeiros e de resposta rápida sempre em momentos extremos da nossa história. Por tudo isso, o comando da corporação lamenta que a manifestação tenha perdido seu caráter democrático colocando em risco a vida dos cidadãos fluminenses".
Manifestação na Alerj
Nesta manhã, membros do Corpo de Bombeiros ocuparam as escadarias do prédio da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), na Avenida Primeiro de Março, na manhã desta quinta-feira. A exemplo do que ocorreu ontem, eles fazem uma manifestação para reivindicar salários e melhores condições de trabalho.
Mais de 500 bombeiros - a maioria guarda-vidas - interromperam por meia hora o trânsito na esquina das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, no Centro do Rio, pela manhã, e voltaram a fechar parcialmente as vias no fim do dia, para protestar contra o baixo salário e melhores condições de trabalho.
Os manifestantes recomendaram que banhistas evitem ir à praia enquanto durar a paralisação por causa da falta de salva-vidas na orla. “Não haverá quem resgate em caso de afogamento”, alerta o cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes do movimento.
Segundo a CET-Rio, foram registradas retenções na descida da Ponte Rio-Niterói, no acesso por São Cristóvão da da Linha Vermelha, Aterro do Flamengo, Praça da Bandeira e Radial Oeste . Um motorista de ônibus tentou furar o bloqueio e teve o vidro retrovisor do coletivo quebrado pelos manifestantes.
A sala de operações do 3º Grupamento Marítimo (G-Mar), em Copacabana, informou que apenas quatro — dois em Copacabana e dois no Leblon — dos 900 salva- vidas trabalharam. Eles atenderam a dois chamados de afogamento, nas praias de Ipanema e Copacabana. Segundo o G-Mar, o comando da corporação ordenou a esses bombeiros que passassem a noite nos quartéis.
No fim da tarde, os manifestantes saíram da Alerj em direção à Candelária e percorreram as avenidas Rio Branco, Almirante Barroso e Presidente Antonio Carlos, no Castelo.
Os bombeiros reivindicam 100% de aumento sobre o salário base de R$ 950, o retorno aos quartéis de origem dos 36 praças e oficiais que aderiram ao movimento e foram punidos, cancelamento de Inquérito Policial-Militar contra os manifestantes, auxílio-transporte e melhores condições de trabalho.
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