Marcelo Dutra
Policiais do Exército prenderam no fim da tarde de hoje um falso militar que, fardado, vagava pela rua tentando entrar no Comando Militar do Leste, na Avenida Presidente Vargas. O falso militar também é acusado de assassinato de acordo com policiais da 4a DP (Central do Brasil) que o autuaram em flagrante.
O engenheiro David Torres Monteiro, de 30 anos, usava camiseta e calça camufladas do Exército e um coturno da Brigada Paraquedista de cor marrom, diferente da padronagem preta utilizada pelos soldados da corporação. Este fato chamou a atenção do soldado Gustavo Goes Rabelo que montava guarda na entrada do Palácio Duque de Caxias.
Ao se aproximar, o falso militar se "identificou" como coronel formado na Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN), em Resende. Contudo, David usava vários brevês de diversas unidades militares distintas o que fez com que o soldado chamasse seus superiores para interrogar o suspeito.
De acordo com o 3o sargento Bruno Bittencourt, da Polícia do Exército, o falso militar falava de forma desconexa dizendo que tinha que entregar documentos sigilosos que seriam avaliados pelo alto comando: "Ele disse ainda que era coronel e depois general e, claro, com aquele monte de brevês incoerentes, percebemos que ele havia montado uma farsa e o trouxemos para a delegacia".
Já na DP, os policiais encontraram com o falso coronel documentos montados por ele segundo os quais ele ainda seria juiz do Supremo Tribunal Militar e Corregedor Geral de Justiça. De acordo com o delegado Henrique Pessoa, titular da 4a DP, os documentos são toscos feitos sem o menor cuidado e que não tem o potencial de iludir: "Isso só mostra que ele é um desequilibrado mental. Mas, mesmo assim ele vai responder por falsidade ideológica e por confecção de documentos. O que pode lhe render uma pena de seis anos".
Após investigação o delegado descobriu que o falso coronel é acusado de ter matado sua companheira Ana Lúcia de Mello Homem, de 40 anos. Ela teria sido esfaqueado durante uma briga do casal dentro da casa em que moravam em Itaguaí. O crime ocorreu em 2010.
O delegado disse ainda que o acusado é mestre soldador com experiência profissional em várias empresas que prestam serviço a Petrobras e que, por conta disso, chegou a receber salários de R$ 8 mil: "Ele tem registros na carteira profissional até 2008. Depois não há mais registros. E olha que ele ganhava bons salários até surtar por algum motivo. De qualquer forma vai ficar preso e devido a outra acusação que já pesa sobre ele, não deve sair tão cedo".
Na delegacia o rapaz disse que morava com a mãe, que não fazia uso de remédios e que a própria mulher tinha se matado: "Não vou a médicos nem nada disso. Parei de trabalhar para me especializar nos cursos ligados a essas empresas de prospecção. Minha companheira se matou a facadas durante uma discussão nossa. Eu descobri que ela se prostituía e quando a confrontei ela não aguentou a culpa por que era evangélica!" disse de maneira confusa.
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