POR BRUNO MENEZES
Rio - O corpo do traficante Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, 34 anos, será sepultado nesta quinta-feira, no Cemitério Nossa Senhora das Graças (Tanque do Anil), na Vila Operária, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. O criminoso foi morto na noite desta terça na favela Parque União, no Complexo da Maré, na Zona Norte, numa operação da Polícia Federal e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com apoio da Polícia Civil.
Jeferson Douglas Silva dos Santos, 23, também foi morto na ação. Segundo sua irmã, que o levou para o Hospital Federal de Bonsucesso, ele era militar do Exército até dois meses atrás. Informações da polícia dão conta de que ele seria segurança de Marcelinho. Rodrigo Marinho, de 18 anos, e um outro homem, não identificado, ficaram feridos.
Marcelinho Niterói (de azul marinho) ao lado de Fernandinho Beira-Mar em 2007 | Foto: Banco de Imagens
O corpo de Jeferson será sepultado nesta quarta-feira, às 16h30, no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. Parentes dizem que as vítimas não tinham envolvimento com criminosos. A polícia, contudo, afirma que os acusados tinham ligação com o tráfico de drogas. A Polícia Federal divulgou nesta quarta-feira material apreendido durante operação que resultou na morte de Marcelinho Niterói, 34 anos.
Nesta quarta-feira, o clima é de aparente tranquilidade na comunidade. Policiais militares ocupam pontos estratégicos da favela e helicópteros sobrevoam a região. De acordo com policiais, o bandido, que era considerado o principal traficante do Comando Vermelho em liberdade, reagiu à prisão e foi atingido por dois disparos, um na cabeça e outro na barriga. Com ele, a polícia apreendeu duas pistolas — uma calibre 45 e 9mm — além de droga ainda não contabilizada.
O traficante vinha sendo monitorado pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da PF, havia algumas semanas. Com o avanço das investigações, os policiais chegaram até o endereço onde ele se escondia, na rua Ari Leão, na Favela Parque União.
Polícia apreendeu armas e dinheiro na operação no Complexo da maré | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Quando os agentes chegaram à rua, Marcelinho tentou fugir a pé e diversos bandidos que faziam sua segurança dispararam contra um comboio de policiais federais, militares (do Bope) e civis que prestavam apoio à operação, incluindo helicóptero blindado.
A casa onde o traficante se escondia fica próximo a um Ciep que não estava aberto no momento do confronto. Durante toda a noite, chegaram boatos de que o chefe do tráfico no Parque União, Jorge Luiz Moura, o Alvarenga, também estaria baleado. Mas a informação não foi confirmada. Alvarenga é concunhado de Marcelinho e oferecia abrigo ao traficante.
Criminoso coordenava transporte de cocaína e distribuição
O Complexo da Maré, ocupado há pouco mais duas semanas pelo Bope, tornou-se nos últimos três anos o Quartel-General da quadrilha de Beira-Mar no Rio. Marcelinho Niterói era acusado de transformar o Parque União, uma das 15 favelas da Maré, no principal entreposto de drogas e armas do grupo.
Segundo a polícia, ele coordenava as rotas de transporte de cocaína e maconha que chegavam do Paraguai e Bolívia, e sua distribuição, conforme O DIA publicou domingo. Marcelinho usava o local como esconderijo desde a ocupação da Força de Pacificação no Complexo do Alemão.
O Disque-Denúncia oferecia R$ 2 mil por informações sobre o paradeiro dele.
Colaboraram: Flávio Araújo e Gabriela Moreira
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