domingo, 31 de janeiro de 2010

‘Meu filho foi desleal e vai pagar por sua insensatez’, diz coronel da PM

Paulo César Lopes disse que atitude do filho é motivo de revolta.
Jovem foi preso neste domingo suspeito de assalto na Zona Norte.

Rodrigo Vianna Do G1, no Rio

 

Após a prisão do filho, suspeito de praticar assaltos na Tijuca, na Zona Norte do Rio, o coronel da PM Paulo César Lopes afirmou, na tarde deste domingo (31), que recebeu a notícia com revolta e decepção. Segundo ele, o filho terá a sua assistência no que diz respeito à defesa, mas ele não pretende comparecer à delegacia.

“Eu recebi a notícia com um sentimento de dor como qualquer outro pai numa situação como essa. Eu sempre cumpri com meu dever paterno, com orientações e, sobretudo, como um exemplo, mas meu filho é maior de idade. Ele foi desleal e vai pagar por sua insensatez”, disse Paulo César.

A prisão aconteceu por volta das 05h45 deste domingo, na esquina da Rua Barão de Mesquita com Avenida Maracanã. De acordo com a polícia, além do filho do coronel, outros dois homens, entre eles um policial militar também foram presos. Eles teriam assaltado uma vítima na saída do ensaio de uma escola de samba.

O coronel Paulo César Lopes informou que o filho já foi investigado pela polícia por suposto envolvimento com traficantes do Morro de São Carlos, no Estácio, também na Zona Norte da cidade. Segundo ele, o jovem já teria sido preso anteriormente. Muito indignado, o policial acrescentou que ainda não falou com o filho após a prisão.

“Eu não falei com ele e ele ainda não me ligou, porque ele sabe como eu estou me sentindo nessa hora. Ele não quis ouvir as minhas orientações de pai, aos meus conselhos e agora está pagando por isso. Infelizmente filho a gente não escolhe, amigo sim”, completou o PM.

Pai não pretende visitar filho na prisão

Conhecido fora do Brasil pelo rigor com a disciplina e o combate à violência policial, o coronel Paulo César Lopes afirmou que não pretende visitar o filho na prisão. Segundo ele, o jovem terá todo o auxílio judicial. A família ainda vai acionar um advogado de defesa para cuidar do caso.

“Eu vou prover os recursos e vou acionar um advogado para defendê-lo, mas eu não vou me submeter ao vexame de visitar o meu filho na prisão. Eu sempre dei o meu apoio, sempre compareci com os meus deveres de pai, mas é decepcionando descobrir que seu filho tem um aptidão como essa”, declarou Paulo César.

O coronel da PM informou, ainda, que antes do filho concluir um curso de gastronomia em 2009, ele ainda fez uma prova para a Polícia Militar, em 2007, mas não passou. Segundo o pai, o rapaz foi reprovado no exame psicológico e não recebeu tratamento especial por ser filho de um coronel.

O crime

De acordo com a polícia, os três homens, que estavam num Meriva com placa clonada, seguiram em direção à Zona Norte atrás da vítima que tinha acabado de sair de um ensaio de uma escola de samba. Segundo a vítima, os suspeitos interceptaram seu carro na Tijuca, na Zona Norte, para roubar seu cordão de ouro.

Uma patrulha do 6º BPM (Tijuca) que fazia ronda na região, flagrou o momento em que os homens rendiam a vítima. Os suspeitos, então, entraram no carro e tentaram fugir.

Houve perseguição e troca de tiros, até que a patrulha conseguiu interceptar os assaltantes na esquina da Rua Barão de Mesquita com Avenida Maracanã, na Tijuca. Os policiais apreenderam duas pistolas – uma delas com a numeração raspada - com os suspeitos. Ninguém ficou ferido.

Os suspeitos foram levados para a 20ª DP (Vila Isabel), onde foram autuados por receptação, porte ilegal de arma e roubo. Na delegacia, segundo a polícia,eles foram reconhecidos por outras vítimas que teriam sofrido a ação dos suspeitos na madrugada deste domingo na Penha, no subúrbio.

De acordo com a assessoria da PM, o policial militar detido será encaminhado ao Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, também no subúrbio.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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