Segundo delegado, PM foi contratado apenas para executar a ação.
Suspeito vai responder pelo crime de homicídio qualificado.
Tássia Thum Do G1, no Rio
Após a prisão de um policial militar suspeito de matar o subsecretário de Transportes de Niterói, Ademar Reis, a Polícia Civil investiga quem seria o mandante do crime. O delegado responsável pelo caso, Mario da Silva, da 77ª DP (Icaraí), acredita que o PM, preso nesta quarta-feira (3), tenha sido contratado apenas para executar a ação.
"Acreditamos que o PM não tenha assassinado o subsecretário por uma motivação pessoal. As investigações apontam que ele foi contratado para executar visando aos interesses ilícitos de uma outra pessoa ou até de um grupo", disse o delegado.
O PM foi encaminhado na tarde desta quarta-feira (3) ao Batalhão Especial Prisional da Policia Militar, onde deverá cumprir a prisão temporária de 30 dias.
Segundo a policia, o policial vai responder pelo crime de homicídio qualificado, podendo ser condenado a 30 anos de prisão.
"Os autos indicam que o crime foi premeditado e foi praticado com o objetivo de garantir vantagens ilícitas. Além do mais, a vítima não teve a menor possibilidade de defesa", explicou o delegado Mario da Silva.
PM é suspeito de integrar máfia de vans
A policia informou ainda que o PM suspeito de assassinar o subsecretário responde a outros processos, em que é acusado de praticar os crimes de extorsão, homicídio e formação de quadrilha. O policial militar também é suspeito de integrar um grupo relacionado ao transporte alternativo, na região de São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana. Em 2008, o PM ficou preso por seis meses.
O PM foi preso no batalhão onde trabalhava, em Itaboraí, após a polícia ter divulgado o retrato-falado do suspeito.
Quebra de sigilo telefônico
A polícia pediu a quebra do sigilo telefônico do subsecretário. Para ajudar nas investigações, a prefeitura mandou lacrar todos os documentos relacionados à concessão de autonomias de táxi.
O subsecretário investigava por conta própria o esquema de fraudes na transferência de autonomia de táxis que envolveria funcionários da Secretaria de Transportes.
Crime
O subsecretário estava com um motorista em um carro oficial quando foi atingido. Ademar chegou a ser levado para o Hospital Universitário Antônio Pedro, mas não resistiu. Segundo a assessoria do hospital, ele sofreu duas paradas cardíacas.
Testemunhas contaram que o carro em que Ademar estava foi fechado por um veículo com dois homens, na Rua Joaquim Távora, quando ele saía de casa em direção ao trabalho. Um dos criminosos saltou e fez vários disparos em direção ao subsecretário.
As imagens gravadas pela câmera de segurança mostram uma jovem correndo, assustada, para dentro de um prédio no momento dos tiros. O carro que seria dos criminosos aparece no alto do vídeo, deixando o local.
Combate ao transporte irregular
Ademar Reis estava há um ano no cargo e vinha trabalhando para regulamentar o transporte na cidade. Entre suas atribuições estava a de combater vans ilegais e reprimir transferências fraudulentas de autonomia para taxistas.
O subsecretário andava há dois meses sempre com uma pasta. Dentro dela havia documentos importantes que provariam as fraudes. Segundo os investigadores, a pasta não foi levada pelos criminosos, mas desapareceu logo após o crime.
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