Márcio Mothé nega e diz que não testemunhou tiros.
Policial federal apresentou versões diferentes para o crime.
Do G1, no Rio, com informações do RJTV
O caso do policial federal morto por outro agente durante uma festa rave na Marina da Glória, na Zona Sul do Rio, ganhou um novo elemento no inquérito. O policial que deu os tiros declarou, num primeiro depoimento, que o crime ocorreu quando ele defendia um procurador de Justiça.
O policial federal Leonardo Schmidt, de 26 anos, está preso há cinco dias no presídio Bangu 8, na Zona Oeste do Rio. O autor dos disparos que mataram o agente Humberto Filgueiras Barrense, no domingo (14), apresentou versões diferentes para o crime.
Primeiro, Leonardo declarou à Polícia Federal do Amazonas, onde trabalha, que um homem aparentemente embriagado estaria causando tumulto na festa e teria chegado a desacatar o procurador de Justiça Márcio Mothé. Disse ainda que teria tentado tranquilizá-lo, mas o homem teria sacado uma pistola e, em legítima defesa, foi obrigado a baleá-lo. Só depois, segundo ele, descobriu que se tratava de outro agente federal.
No entanto, no depoimento à Polícia Civil do Rio, feito horas depois, além de não citar o episódio envolvendo o procurador de Justiça, Leonardo afirmou que chegou a se identificar como colega de trabalho de Humberto, que tinha se envolvido em tumultos e estava muito agressivo. E que, em seguida, os dois teriam começado a discutir. Segundo ele, quando percebeu que Humberto estava com a mão numa arma, sacou primeiro e disparou três vezes.
Para a Polícia Civil, o depoimento que está valendo é o que Leonardo deu na Delegacia de Homicídios.
Na segunda-feira (15), a namorada de Humberto, Carla Leite, disse que ele realmente entrou armado na festa e que os dois começaram a ser vigiados por seguranças do evento. Segundo ela, o agente Leonardo apareceu de repente e deu quatro tiros.
Justiça vai analisar pedido de liberdade
A 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio vai analisar o pedido de liberdade de Leonardo Schmidt. Três desembargadores decidem, na próxima semana, se o policial federal vai deixar Bangu 8.
A equipe do RJTV entrou em contato por telefone com o procurador de Justiça Márcio Mothé, que confirmou que estava na festa rave. Ele negou, no entanto, que tenha sido desacatado pelo policial morto e disse que não testemunhou o crime.
Márcio Mothé acrescentou que, pouco antes da confusão, ele chegou a ser consultado sobre a presença de policiais armados no local. Disse que era contra, mas deixou a decisão sobre o que fazer para os organizadores do evento.
Promotora afirma que é inocente
A polícia informou que deve ouvir na próxima semana a promotora cultural responsável pela festa. Segundo um operador de vídeo que está preso, ela teria dado ordens para que ele apagasse as imagens do circuito interno, que poderiam esclarecer o crime. Por telefone, a promotora afirmou que é inocente.
De acordo com as investigações, as imagens mostrariam que o policial federal Humberto Filgueiras Barrense teria sido morto sem reagir.
Se ficar comprovado que a promotora mandou apagar as imagens, ela vai ser indiciada por fraude processual com pena de até quatro anos de prisão.
Agente confessou
Leonardo Schmidt confessou que efetuou os disparos que mataram Humberto.
Segundo o delegado Felipe Ettore, da Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, ele foi preso em flagrante e vai responder por homicídio. Ele foi transferido na tarde de domingo (14) para o presídio de Bangu 8, na Zona Oeste.
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