quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Disputa no ranking das polícias do Rio

Unidades recorrem para obter melhores lugares — e maiores prêmios

Rio - As gratificações da Secretaria de Segurança aos policiais que mais ajudaram a combater o crime no Rio devem ser pagas até março. Até lá, porém, o ranking de premiações pode mudar.

Um recurso da 33ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), terceira colocada na disputa, levou a secretaria a rever as colocações das unidades que mais se destacaram na redução da violência.


Os irmãos Rodrigo e Fabrício, do 13º BPM: ajuda nos gastos com a pós-graduação. Foto: Uanderson Fernandes/Agência O Dia

O dinheiro das premiações — como O DIA antecipou ontem — vai beneficiar cerca de sete mil policiais. A mudança no ranking acontece porque um afogamento ocorrido na área da 33ª Aisp foi registrado como homicídio, deixando os policiais daquela região em terceiro lugar, com um prêmio de R$ 750, e a 23ª Aisp em segundo, com bônus de R$ 1.000.

“Entramos com recurso em novembro, mas só agora foi feita retificação do registro. Fizemos um trabalho muito intenso de incentivo para que os policiais fizessem o melhor possível. Aguardamos a divulgação oficial do resultado”, disse o tenente-coronel José Luis Castro, comandante do 33ºBPM (Angra dos Reis).
Caso a revisão seja aceita, os policiais da 165ªDP (Mangaratiba), da 166ªDP (Angra) e da 167ªDP (Paraty) também vão ser beneficiados. A Secretaria de Segurança promete divulgar ainda hoje o resultado definitivo da premiação. Procurado para comentar a mudança na premiação, o comandante do 23º BPM (Leblon), tenente-coronel Sérgio Alexandre Rodrigues, disse que não sabia da alteração. “Não importa o valor do prêmio, vamos continuar sempre fazendo o nosso trabalho”, afirmou.

A notícia da premiação foi comemorada ontem por policiais do 13º BPM (Tiradentes), líderes no ranking de redução de crimes. Os irmãos e soldados Rodrigo e Fabrício Vieira Guimarães já decidiram o que fazer com a grana extra, R$ 1.500 para cada: “Fazemos pós-graduação e esse dinheiro vai garantir mensalidade e materiais”, disse Rodrigo, que também vai comprar ingressos para os jogos do Flamengo. Fabrício já pensa no próximo prêmio. “Vamos continuar trabalhando pesado. Vão ter que superar o batalhão”, desafia o soldado, que ainda não contou a novidade para a mulher. “A gratificação acabaria toda no shopping”, brincou.

EM BOA HORA

Indiferente ao valor do prêmio, o inspetor Reinaldo Leal, 36 anos, agradeceu pelo benefício. “Trabalhamos sem esperar retorno, mas quando o esforço é reconhecido, dá mais satisfação”, afirma o policial, há dois anos na 15ª DP (Gávea).

Leal conta que, como o dinheiro só deve chegar em março, vai usar o prêmio para pagar a festa de um ano do filho João Guilherme. “Faria alguma comemoração, mas agora dá para sair do sufoco. O dinheiro vai sair em boa hora. Permite fazer coisas que vinham sendo adiadas porque só dá para gastar com o necessário”.

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