sexta-feira, 13 de novembro de 2009

PF prende nove pessoas e contabiliza R$ 450 mil durante operação

Segundo a PF, empresários e doleiros movimentavam US$ 20 milhões.
Esquema de fraude em licitação foi descoberto em 2005.

Do G1, no Rio

A Polícia Federal prendeu nove pessoas suspeitas de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional durante operação realizada nesta sexta-feira (13), no Rio de Janeiro. De acordo com a PF, os empresários e doleiros que foram presos movimentavam cerca de US$ 20 milhões por meio de oito contas bancárias.

Segundo a polícia, foram contabilizados cerca de R$ 450 mil durante a operação, sendo R$ 200 mil em apenas uma residência. Outros US$ 17 mil também foram apreendidos.

A ação “Sexta-feira 13” visava cumprir 29 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão. A PF investigava um esquema de fraude em licitações de prestação de serviço e venda de medicamentos e material hospitalar a hospitais federais, estaduais e municipais no Rio.

O esquema foi descoberto durante a investigação da Operação Roupa Suja, ocorrida em agosto de 2005, que desarticulou duas quadrilhas que fraudavam licitações do Ministério da Saúde e laboratórios públicos, inclusive na compra de insumos para produção de retrovirais no combate ao vírus HIV.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça e pediu a prisão preventiva da quadrilha, que cometia crimes contra o sistema financeiro no Rio.

Denúncia

A denúncia, feita contra 21 integrantes da quadrilha, foi recebida pela 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro no último dia 29, dando início ao processo penal. Mas, segundo o MPF, nem todos tiveram mandados de prisão expedidos. Eles vão responder pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha. As penas variam de acordo com o número de vezes em que cada crime foi cometido.

Segundo o MPF, a ocultação e lavagem de patrimônio ilícito teriam alcançado dezenas de milhões de dólares, podendo ser produto de vários outros crimes altamente rentáveis como na hipótese em que boa parte dos recursos proveio de ganhos com fraudes em licitação apuradas em 2005.

Contas na Suíça

Toda a engenharia financeira destinada a esconder esse patrimônio das autoridades foi concebida e executada por escritórios de doleiros, com o uso de contas na Suíça e nos EUA, abastecidas por operações de câmbio levadas a efeito pelo esquema dólar-cabo e de empresas offshore e laranjas.

Entre os 21 réus do novo processo estão doleiros já investigados em outras oportunidades, como no chamado "escândalo dos precatórios" no caso "Banestado". O MPF informou que no relatório da CPI do Banestado, consta que um doleiro financiou a abertura da empresa que mantinha e administrava diversas contas pertencentes a doleiros brasileiros, no banco Chase Manhattan, nos Estados Unidos.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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