segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PM é executado dentro de clube

Cabo se preparava para entrar em jogo de futebol de agremiação que presidia, em Irajá, quando recebeu 30 disparos

POR BARTOLOMEU BRITO, RIO DE JANEIRO

Rio - Cinco homens encapuzados executaram às 9h de ontem, com mais de 30 tiros de fuzil e pistola, a maioria pelas costas, o cabo da PM Rinaldo Figueiredo dos Santos, 42 anos, lotado no 16º BPM (Olaria) e presidente do Grêmio Recreativo de Água Grande. Ele foi morto quando se preparava para entrar em partida de futebol de veteranos, no campo da agremiação, na esquina das ruas Trás dos Montes e Aveiros, no Condomínio Parque Residencial Irajá. Três balas perdidas atingiram as coxas do aposentado Hélio Gomes da Silva, 80, que permanece estável no Hospital Getúlio Vargas.

Foto: Carlo Wrede / Agência O DIA

Bando esperava no clube a chegada do PM, que não teve chance de defesa e foi atingido pelas costas

Depois de cair ao ser atingido na cabeça, o policial ainda recebeu vários tiros de dois fuzis e duas pistolas diferentes. Os bandidos fugiram em dois carros estacionados perto do campo. Durante os disparados, quem esperava o jogo começar entrou em pânico. Houve grito e correria. Alguns se jogaram ao chão. Outros precisaram ser medicados.

O crime chocou os moradores do condomínio, que tinham referência muito boa do cabo. “Ele era honesto, não ostentava joias nem carros do ano e gostava de ajudar as outras. Ele tinha três prazeres na vida: trabalhar no quartel, tomar uma cervejinha nas folgas com os amigos e jogar futebol”, contou a amiga Rosângela Oliveira Lessa.

Indignado com a morte do antigo subordinado, o coronel Marcus Jardim, comandante do 1º Comando de Policiamento da Capital, que já comandou o 16º BPM, ficou revoltado. “O cabo estava colocando o meião e a chuteira para entrar em campo, os bandidos o reconheceram e o executaram, sem chance de reação. O PM não pode ter mais hora de lazer que é caçado por criminosos covardes”, disse o oficial.

Frequentadores do clube, os criminosos seriam da favela do Dique, no Jardim América, e podem estar escondidos na Cidade Alta. Um dos assassinos seria um assaltante de carros que ataca motoristas na Zona Norte e aluga suas armas de um traficante do Comando Vermelho. O quinto integrante do bando de homicidas ainda não foi identificado.

Segundo amigos e parentes da vítima, traficantes de favelas próximas estavam inconformados com o fim dos bailes funk na sede do clube. Após descobrirem que o presidente da agremiação, que tomara a decisão, era um policial militar, teriam resolvido se vingar. O bando foi ao clube esperar a chegada do cabo. Quando ele colocava o meião e chuteiras, foi surpreendido pelos tiros. O caso está sendo investigado pela 27ª DP (Vicente de Carvalho).

O DIA ONLINE - RIO

Nenhum comentário:

Postar um comentário