Polícia Civil patrulhando ruas
As mesmas velhas soluções para combater antigos problemas. É o que acontece com a Operação Abutre, que vai colocar policiais civis nas ruas de nove bairros da Zona Norte durante um determinado período da noite. Anunciada com pompa nesta terça-feira pela Chefia de Polícia Civil, a operação tem como objetivo evitar que traficantes dos complexos do Alemão e da Penha façam bondes nas imediações das favelas para praticar crimes como roubos seguidos de morte, roubos de carro e arrastões.
A ideia de rondas ostensivas por policiais civis para diminuir índices de criminalidade — função constitucional da Polícia Militar — não é nova. A mesma medida foi tomada em outros anos. Em 2001, o atual chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski — então titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) — comandou ação semelhante para reduzir índices de roubos de carro em Vicente de Carvalho. O bairro está, de novo, no roteiro das rondas.
Em entrevista ao EXTRA em novembro do ano passado, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ressaltou que policiamento ostensivo é a função primordial da Polícia Militar, justamente para prevenir crimes.
— Acho que falta uma compreensão clara da função de cada polícia. Por distorção histórica, passou-se a acreditar que a função da PM é a de combater o tráfico de drogas. Na essência não é. A função da PM é proteger o cidadão e evitar que crimes aconteçam. Cabe à Polícia Civil investigar e prender os grandes traficantes. Investigação e elucidação é com ela — disse Beltrame, quando perguntado o motivo de as polícias não realizarem operações no Complexo do Alemão há mais de um ano.
Em 2006, assim que seu nome foi confirmado como chefe de Polícia Civil, o delegado Gilberto Ribeiro afirmou que faria rondas diárias nas regiões mais críticas da cidade: Zona Norte e Zona Oeste. Ação essa que já repetia quando era titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA). Nesse ano, foi morto na região o guitarrista do Detonautas Rodrigo Neto e desencadeada a operação Cerco Amplo.
As rondas voltaram com o diretor de Polícia da Capital, delegado Ronaldo Oliveira, à frente da mesma DRFA, com a Operação Tamanduá, em 2007. O delegado instituiu que 90 homens divididos em 30 carros circulassem pelas ruas das zonas Norte e Oeste para evitar crimes.
No ano passado, já sob o comando do delegado Márcio Mendonça, a DRFA lança a Operação Gavião, que acontece todas as noites e consiste em rondas de policiamento com o apoio de quatro delegacias da região escolhida de acordo com as estatísticas criminais fornecidas pelo Instituto de Segurança Pública.
Rondas serão feitas durante três meses
Iniciada nesta terça, a Operação Abutre será realizada por 90 dias, das 17h às 23h. Cerca de 300 policiais civis farão rondas pelas ruas de nove bairros da Zona Norte: Penha, Vila da Penha, Penha Circular, Brás de Pina, Vista Alegre, Vicente Carvalho, Olaria, Ramos e Bonsucesso. Até o início da noite, duas motos haviam sido apreendidas por falta de documentação e os dois motociclistas, detidos.
Em entrevista nesta terça-feira ao “RJ-TV”, da TV Globo, o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, disse que a Operação Abutre tem como objetivo dar mais mobilidade aos policiais. Segundo ele, as blitzes foram desencadeadas porque a polícia vinha perdendo as chances de fazer prisões na Zona Norte. É como se, agora, as delegacias tivessem postos avançados nas ruas.
O Complexo do Alemão — tido como o reduto de criminosos com o maior poderio bélico do estado — não é alvo de uma operação policial desde 2008. Após 444 dias sem qualquer ação de combate ao tráfico de drogas, houve, em 6 de dezembro de 2009, uma incursão da PM na favela Nova Brasília, com uma trouxinha de maconha apreendida.
Desde então, não houve mais operações contra o tráfico.
Estatísticas do Instituto de Segurança Pública comprovam que a Zona Norte é a mais violenta da cidade. Os casos de violência são constantes em qualquer horário.
Por volta das 6h da última segunda, homens armados fizeram um arrastão na Avenida Pastor Martin Luther King Júnior. Pelo menos três motoristas foram roubados. Mês passado, a despachante Tereza Cristina de Oliveira, de 47 anos, levou um tiro na cabeça, por volta das 14h do domingo de Páscoa, dentro de seu carro, numa falsa blitz na mesma via.
Em 30 de dezembro de 2009, cinco ônibus foram incendiados na avenida por traficantes do Morro da Pedreira, em Costa Barros, em represália à uma operação da PM que resultou na morte de três bandidos.
MAFIA DE GÁS NA VILA-KENNEDY E CHEFIADO PELO POLICIAL MILITAR,JAKESOM VOGO GIGANTE DO 14 BATALHÃO SEU DE POZITO NA VILA-KENNEDY E CLANDESTINO.
ResponderExcluir