segunda-feira, 28 de março de 2011

Delegado classifica investigação como 'racista' e nega acusações

POR MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio - O delegado Carlos Oliveira, que nesse momento passa pela sabatina dos deputados da CPI das Armas da Alerj, disse que iria depor no dia que foi preso numa ação civil pública movida pelo Ministério Pública para investigar a ineficiência da Polícia Federal no tráfico de armas no estado. "Ia depor à tarde e fui preso de manhã", revelou ele. Foi a Polícia Federal que prendeu Oliveira durante a operação Guilhotina.

Pouco antes, durante sua esplanação sobre o tráfico de armas, ele criticou a atuação da atual gestão da Polícia Federal. "Fizemos trabalhos em conjunto com a Polícia Federal na gestão anterior e foram ações exitosas. Mas na atual não vi nada. Tanto que o tráfico de armas está com volume muito grande.

Agora que teve um baque com o Alemão (referindo-se à tomada do complexo em novembro pelo estado). O Comando Vermelho estava trazendo muitas armas. Não vi nenhum trabalho de apreensão de contrabando e nem em conjunto da Polícia Federal nessa gestão", disse Oliveira.

O delegado se defendeu dizendo-se inocente. ". Me arrumaram um X-9 que ninguém sabe quem é. É um viciado paranóico. Essa é uma investigação racista e direcionada porque não tenho ligações políticas, sou um homem pobre", alegou.

Escolta policial

Carlos Oliveira chegou escoltado por agentes de operaçõs especiais penitenciários que permanecem na sala enquanto ele depõe e três advogados.

O depoimento de Oliveira foi marcado para esta tarde a pedido de seus advogados que quiseram antecipar a participação do delegado na comissão.

Foi dado a ele o direito de falar reservadamente sem a presença da imprensa, mas Oliveira disse que não tem nada para falar em particular.

"Não tenho nada para falar reservado. Quiseram me humilhar mas não estou humilhado. Se você não é safado não tem como colar o carimbo de pilantra", disse ele.

"Você não pode dormir uma pessoa respeitada por todos e acordar bandido", disse ele atribuindo a citação ao ex-chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski também investigado na operação Guilhotina por vazamento de informação.

Mais cedo, Oliveira exibiu em datashow com um material sobre tráfico de armas no Rio. "Minha família e amigos de estão sofrendo. É a primeira vez em 45 dias de cárcere que estou podendo me expressar. Levei 17 dias para saber do que eu estou sendo acusado. É uma situação surreal que eu nunca pensei que fosse viver isso.

Estou encarando isso como uma grande batalha e vou vencê-la. Em todos esses anos da minha vida e só me didiquei à causa da segurança pública, aos meus afazeres. Estou tendo de botar algumas coisas no lugar. Quem me conhece nunca perdeu a confiança em mim", disse Oliveira.

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