Polícia investiga sequestro e execução de casal em Realengo

POR MARCO ANTONIO CANOSA

Rio - O assassinato de um casal de namorados, na madrugada desta quinta-feira, na Zona Oeste do Rio, está intrigando a Polícia. A dentista Adriana Lisboa Vieira de Araújo, de 32 anos, e seu namorado, o propagandista Leandro Martins Rodrigues, de 27, foram executados com vários tiros, em Realengo, depois de serem sequestrados em Bangu. O carro em que estavam foi abandonado em chamas em Padre Miguel.

Adriana Lisboa namorava com Leandro Martins há apenas dois meses | Foto: Reprodução de internet

Adriana namorava com Leandro há aproximadamente dois meses, depois de se separar do marido, identificado apenas como Wallace, com quem viveu por seis anos, segundo amigos. O ex-marido foi ao local do crime e estava inconsolável. "Ele era muito apaixonado por ela e pensava em voltar", revelou um amigo dos dois.

O delegado identificado apenas como Anderson, da Delegacia de Homicídios (DH), esteve no local, mas se recusou a falar com a imprensa. Segundo amigos, Adriana e Leandro jantaram na casa de um casal de amigos dela, no Parque Leopoldina, em Bangu, de onde saíram às 22h.

Leandro dirigia o Honda Civic KWB 3327 e seguiu para a casa da dentista, no mesmo bairro, mas no caminho acabaram interceptados por pelo menos dois homens armados. No momento em que foi rendido, Leandro falava ao celular com um primo, que ainda o ouviu dizer "tudo bem. Perdi, perdi", e logo depois o telefone emudeceu. O rapaz era morador do bairro de Pilares, na Zona Norte.

O rapaz alertou os amigos da moça, que se mobilizaram para procurar o casal. Eles procuram a 34ª DP (Bangu), onde descobriram que os bandidos também haviam assaltado um morador do mesmo bairro logo depois do sequestro. Leandro teria sido obrigado pelos criminosos a recolher os pertences da vítima enquanto Adriana era mantida dentro do carro. Cerca de duas horas depois o casal foi assassinado a tiros de pistola 9mm, na Rua Itaituba, em Realengo.

Pelo celular, um amigo de Leandro ouviu o momento em que o rapaz foi abordado pelos bandidos. O casal foi executado com mais de dez tiros de pistola | Foto: Osvaldo Pradoo / Agência O Dia

Moradores do local contaram ter ouvido mais de 10 tiros. "Eu estava em casa, com o ar-condicionado ligado e ouvi o barulho. Parecia uma guerra", contou uma moradora, cujo portão foi atingido por um tiro. Um dos pontos que intriga a polícia é que a rua escolhida para a execução do casal é bem iluminada e estritamente residencial.

"Estava tudo aceso", contou uma moradora, que disse não ter ouvido discussão antes dos disparos ou barulho de pneus de carro após.

A Rua onde o casal foi executado fica cinco quilômetros distante de onde foram sequestrados. Logo depois do crime, o carro de Leandro foi abandonado em chamas, na Rua  Axixá, ao lado do cemitério do Murundum, em Padre Miguel. Ação de sequestro, assassinato e queima do veículo ocorreu em um raio de 8 quilômetros.

Segundo amigos, Adriana trabalhava para as prefeituras de Duque de Caxias e Nilópolis, na Baixada Fluminense, e era muito aplicada aos estudos. "Era pós-graduada e vivia para estudar e trabalhar", contou um amigo.

O relacionamento com Leandro teria começado há dois meses, após  ser apresentada a ele por um amigo comum. O jantar na noite de quarta-feira serviu para apresentar o novo namorado aos amigos. "A gente até recebeu ele bem, apesar de sermos amigos do Wallace, ex-marido dela.

Na verdade, éramos amigos dos dois mas o Wallace vacilou e ela resolveu se separar dele. Isso nos abalou um pouco e ontem ela trouxe o rapaz para apresentar pra gente e acontece isso", disse um amigo.

Ainda segundo os amigos, Adriana morava com a mãe e um irmão. O pai morreu há seis meses de ataque cardíaco. O irmão da dentista esteve no local do crime mas, muito abalado, não quis falar sobre o caso.

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