segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Policiais e traficantes negociavam por SMS

Fernando Torres

 

Policiais da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), em operação no Morro da Coroa / Foto: Pablo Jacob / Extra

Os policiais militares adidos, ou seja, “emprestados” pela PM a unidades da Polícia Civil, como a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) e a Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), caíram na teia de monitoramentos telefônicos da PF a partir da troca de mensagens SMS — torpedos de celular — com os traficantes de drogas Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico de drogas na Favela da Rocinha, em São Conrado, e Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, que era chefe do tráfico no São Carlos, morro do Estácio, e morreu em confronto.

Segundo o relatório de investigação da PF, os inspetores da Polícia Civil Leonardo da Silva Torres, o Trovão; Flávio de Brito Meister, o Master; e Jorge do Prado Ramos, o Steve; e o cabo PM Aldo Leonardo Premoli Ferrari, o Léo Ferrari, ex-integrantes de unidades operacionais especializadas, vendiam informações sobre a movimentação da polícia e negociavam armas apreendidas em operações.

O elo de negociação do grupo com os traficantes era Magno Pereira do Carmomas. O monitoramento comprovou também a relação direta entre os policiais e os chefões. Em 2 de setembro de 2009, às vésperas de uma operação da Federal para prender Roupinol, o bandido foi avisado, via torpedo, que deveria fugir da favela ou se esconder na comunidade.

Magno foi identificado na Operação Paralelo 22, da Delegacia da Polícia Federal de Macaé. Preso, em 27 de agosto de 2010, passou a ser réu-colaborador na investigação.

De acordo com a PF, Torres Trovão dialogava, via SMS, com Nem e Roupinol, semanalmente, para vazar aos bandidos qualquer movimentação policial que tivesse ligação com o negócio da dupla. Com ou sem operação nas favelas, sua equipe recebia R$ 100 mil por mês dos traficantes.

Extra Online

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