POR ADRIANA CRUZ
Rio - Apesar de indiciado pela Polícia Federal por ter vazado informações a um policial civil sobre a operação Guilhotina, deflagrada mês passado, o ex-chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, não foi denunciado pelo Ministério Público por violação de sigilo profissional devido à falta de provas.
O órgão retirou ainda a qualificadora do crime, que aumentaria para mais de dois anos a pena para o delito. Como a pena continua de seis meses a dois anos o caso será julgado pelo 2º Juizado Especial Criminal (Jecrim) da Capital e não mais pelo Ministério Público.
O agente para quem Turnowski ligou é Christiano Gaspar Fernandes. Ele e outros policiais civis e militares foram presos pela Guilhotinha acusados de envolvimento com criminosos. Entre os presos está o ex-subsecretário operacional e ex-braço direito de Turnowski, o delegado Carlos Oliveira.
“Não ficou comprovado que o Allan vazou a operação”, explicou o coordenador da Primeira Central de Inquéritos, promotor Homero das Neves. Ele relata que “as ligações telefônicas, que resultaram no seu indiciamento ocorreram em novembro do ano de 2010... e a deflagração da referida operação ocorreu quase quatro meses após, mais precisamente em 11 de fevereiro”.
O relatório da PF diz que, em razão de divulgação da operação a Christiano, que teria sido obtida por Turnowski na Secretaria de Segurança Pública, Christiano e seu pai, também investigado na operação, fugiram um dia antes do inicio da “Guilhotina”.
Mas, segundo o Ministério Público, “ não se encontra demonstrado o dano causado à administração pública, quando da conversa entre Christiano e Allan Turnowsky no dia 27/11/2010, gravada com autorização judicial”.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-chefe de polícia disse que não sabia da Guilhotina e que ligou para Christiano a pedido do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, para checar informações recebidas por ele de que havia um preso na 22ª DP (Penha) levado para a unidade durante a operação de tomada do Complexo do Alemão em novembro.
O fato foi confirmado por Beltrame em depoimento à PF. Em depoimento à Polícia Federal o secretário disse ter recebido informações oficiais da Polícia Federal, que estavam sendo praticadas ilegalidades por Policiais Civis no “Complexo do Alemão”.
Tendo imediatamente ligado para o indiciado para que este tomasse as providências cabíveis, que não nominou a pessoa para quem deveria ser realizada a comunicação ou repressão ou mesmo determinado qualquer outro tipo de atitude senão a de repressão a possível ilícito que estaria ocorrendo.
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