Marcos Nunes
Testemunha que provocou a prisão de 38 pessoas, o informante Magno Carmo Pereira também revelou, ao depor na Polícia Federal (PF), que um "caveira" do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vendeu informações e espólio de guerra para as quadrilhas dos traficantes Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, e Rogério Rios Mosqueira, o Rogério Roupinol.
Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha / Foto: Reprodução
O PM teria vendido para o tráfico carregadores de fuzil e pelo menos uma pistola. Ele foi identificado nas declarações da testemunha pelo prenome de Alexandre, e seria cabo ou sargento.
Frequentador da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) e ligado ao grupo liderado por Leonardo da Sila Torres, o Trovão, um dos presos na Operação Guilhotina, o policial teria levado o informante à entrada da Rocinha em um Fox prateado.
Em seguida, Magno entrou na favela e vendeu de volta a Nem, como o EXTRA adiantou ontem, a mesma maconha que havia sido apreendida pelo Bope. A carga custou R$ 11 mil. No entanto, em seu depoimento, o informante não revelou a data que a negociação foi concretizada. Esta não teria sido a única vez em que o policial procurou o informante.
A testemunha revelou ainda no depoimento que o PM Alexandre lhe passou uma mochila com documentos, apreendida durante um tiroteio com traficantes, na Rocinha, no dia 12 de agosto de 2009.
Segundo o informante, o PM também teria lhe repassado carregadores de fuzil e uma pistola, encontrados na mata após o tiroteio. A arma é a mesma que Roupinol, nesta ocasião também abrigado na Rocinha, havia comprado por cerca de R$ 7 mil dos policiais do grupo de Trovão e que fora originalmente apreendida no Morro da Coroa no dia 24 de julho de 2009. Pela devolução do material, Nem pagou R$ 10 mil.
Procurado pelo EXTRA, o relações-públicas do Bope, capitão Ivan Blaz, disse que a corporação tomará as providências cabíveis em torno do caso, assim que tiver acesso oficial ao depoimento de Magno.
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