Eles seriam comandados por presos que cumprem pena em Bangu.
Segundo a polícia, golpe ganhou nova versão.
Do G1, no Rio, com informações da TV Globo
Um dia após agentes da 60ª DP (Campos Elíseos) estourarem um cativeiro e libertarem uma refém na Baixada Fluminense, a Polícia Civil apresentou, nesta quarta-feira (26), sete suspeitos de praticarem o golpe do falso sequestro que foram presos no Rio.
Segundo a polícia, eles seriam comandados por dois detentos que cumprem pena no Conjunto Penitenciário de Bangu, no subúrbio da cidade.
O grupo é suspeito de praticar uma nova versão do golpe do falso sequestro. De acordo com as investigações, agora, a vítima é atraída por um telefonema dos criminosos, e, na hora de pagar o resgate por um suposto parente, acaba sendo sequestrada de verdade.
Ainda segundo a polícia, atualmente não existe nenhuma quadrilha especializada em sequestros no Rio. De janeiro a maio deste ano foram registrados quatro casos, e no ano passado foram dois neste mesmo período.
No entanto, o que chamou a atenção das autoridades é uma nova forma que as quadrilhas inventaram para atrair as vítimas. Em um dos casos, um adolescente de 16 anos havia levado o dinheiro do suposto resgate e acabou no cativeiro.
Numa gravação telefônica feita com autorização da Justiça, os criminosos fazem ameaças à família do rapaz:
Criminoso: "‘Tá’ lá dentro do buraco. Já botamos alçapão, metemos cimento, só com cano ‘pra’ ele respirar. Olha o que você está fazendo.”
Pai: “Você deve ter filho cara. Pelo amor de Deus, deixa eu falar com meu filho.”
O golpe
De acordo com a polícia, tudo começa com o golpe de falso sequestro. Os criminosos precisam apenas de um catálogo telefônico. Eles escolhem aleatoriamente um número e ligam para uma pessoa qualquer.
Em seguida, eles mentem dizendo que algum parente próximo está no cativeiro. Um resgate é pedido. No momento em que esse resgate seria entregue, a vítima é realmente sequestrada.
“A orientação é a seguinte: desliga o telefone, procura o suposto sequestrado, não encontrou, então procura a polícia. Nós estamos aqui para ajudar e temos um resultado de eficiência no combate ao crime de extorsão mediante sequestro no estado”, orientou o delegado Marcos Reimão, titular da DAS.
Refém libertada na Baixada
Na noite de terça-feira (25), policiais libertaram uma mulher que era mantida refém em Campos Elíseos, Duque de Caxias. Segundo a polícia, ela estava há dois dias em poder dos sequestradores. Os policiais chegaram até o local do cativeiro após investigações.
De acordo com o delegado Luiz Lima Ramos Filho, titular da 60ª DP, o cativeiro ficava numa região afastada de Campos Elíseos. Um dos suspeitos de envolvimento no crime estava em frente ao local, quando foi surpreendido pelos policiais. Ele teria tentado reagir à prisão.
Em seguida, os agentes conseguiram libertar a refém.
A polícia ainda investiga o paradeiro do restante da quadrilha. Segundo o delegado, o grupo teria entre quatro a seis integrantes. A mulher, cujo nome foi preservado, não teria sido ferida. Os investigadores dizem que a vítima é dona de 15 apartamentos em Duque de Caxias.
Os agentes apreenderam uma pistola e um celular no local. A refém e o preso foram levados para a 60ª DP, onde o caso foi registrado.
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