quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Polícia descobre duas clínicas de aborto em Botafogo

Uma tinha triturador de fetos e outra passagem secreta para fuga

Rio - Policiais da Delegacia de Homicídios (DH) estouraram, na manhã desta quinta-feira, duas clínicas de aborto, que funcionavam nas ruas Dona Mariana 225 e Paulo Barreto 79, em Botafogo, Zona Sul do Rio. As investigações duraram dois meses. A operação batizada de Anjo foi feita depois de ligações para o Disque-Denúncia.

Foto: Reprodução do site 'Daily Mail'

Policial na sala de cirurgia de uma das clínicas descobertas e fechadas, nesta quarta-feira, em Botafogo | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia

Triturador de fetos

No estabelecimento da Rua Paulo Barreto, os agentes prenderam, em flagrante, o médico Bruno Gomes da Silva, que já tem passagens pela polícia, e detiveram funcionários do local e cerca de 10 mulheres que aguardavam para realizar aborto.

Uma das vítimas, que estava sendo preparada para o procedimento, foi encaminhada para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul. Entre os equipamentos apreendidos, os agentes encontraram um triturador de fetos.

Passagem secreta

Os policiais estiveram também na Rua Dona Mariana. De acordo com as investigações, nela funcionaria um consultório médico para atender as pacientes. Ao entrarem na clínica clandestina, os agentes encontraram um porta. Em caso de chegada da polícia, os funcionários fugiam pela escada.

Ninguém foi encontrado no local. Segundo os policiais, do outro lado da rua, eram feitas as cirurgias. Na fachada, câmeras de segurança. Os investigadores encontraram ainda uma saída que dava para o telhado da casa.

De acordo com as investigações, as clínicas em Botafogo faziam os abortos com hora marcada. Cada cirurgia custava, no mínimo, R$ 1 mil, dependendo do tempo de gestação.

Exames de DNA

Os peritos recolheram amostras e o objetivo é tentar fazer exames de DNA para descobrir quantos abortos foram feitos. "Dessa vez, nós estamos colhendo material que foi encontrado no triturador para ver se nós conseguimos colher material de DNA para provar que existem vários DNAs naquele local. Isso é mais uma prova técnica que irá se juntar até a então existente, obtida através de inteligência.

Um inquérito está rolando há cerca de dois meses. Isso vai somar para que o Judiciário possa realmente efetivar uma condenação para os responsáveis dessas clínicas", disse o delegado Jader Amaral, em entrevista ao RJTV.

Essa operação da polícia foi acompanhada pela Vigilância Sanitária do município e nenhuma das duas clínicas tinha alvará para internações e também para cirurgias. Outras clínicas estão na mira da polícia. A investigação continua.

"O médico que pratica o aborto com o consentimento da gestante é um tipo penal, Artigo 126, cuja pena é reclusão de um a cinco anos. Para a pessoa que consente, no caso, a paciente que permitiu ser submetida ao aborto, é uma pena de detenção de um a três anos. São crimes distintos", conclui o delegado.

O DIA ONLINE - RIO

Nenhum comentário:

Postar um comentário