sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Policiais militares encontram 'Praça da Tortura' no alto da favela da Rocinha

PMs acham restos mortais em local com marcas visíveis de execução. Operação dura pouco mais de nove horas

POR BARTOLOMEU BRITO, RIO DE JANEIRO

Rio - Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do 23º BPM (Leblon) e do Batalhão Florestal encontraram, nesta sexta-feira, restos mortais em um local conhecido com Praça da Tortura, na favela da Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Policiais fizeram uma operação no morro para apurar denúncias que apontavam a existência de um cemitério clandestino na parte mais alta da comunidade. A ação durou pouco mais de nove horas.

Na denúncia recebida pelos policiais, um suposto cemitério clandestino estaria sendo usado no fim da rua Dionésia, em um local também conhecido como Alto da Cachopa.

No fim desta rua, os policiais encontraram um muro de contenção com um buraco. Atrás da construção, os PMs se depararam com um acampamento com visíveis marcas de execução e uma árvore com várias perfurações de tiros. Em uma clareira aberta na mata, os militares constataram a existência de ossos e sangue humano, assim como pedaços de massa encefálica.

Foto: Reprodução do site 'Daily Mail'

Drogas, camisetas da Polícia Civil, fogos e carregadores apreendidos em operação de mais de nove horas na Rocinha | Foto: Severino Silva / Agência O Dia

"Normalmente eles usam a mata como pontos estratégicos para fazer esconderijo deles próprios e de drogas; através de levantamentos do serviço reservado da PM a gente consegue chegar em alguns locais”, disse o tenente Ronaldo Sabino, do Batalhão Florestal.

No Alto da Cachopa, também foram apreendidos 16 tabletes de maconha, várias camisetas - três da Polícia Civil e outras com foto de Ném, chefe do tráfico da Rocinha, ao lado de uma mulher -, casacos, mochilas e tendas plásticas camufladas.

Os policiais também apreenderam duas garrafas pet com farta quantidade de munição para fuzis calibre 7.62 e 5.56mm e dois fogões utilizados em acampamentos.

Troca de tiros, 500 kg de maconha apreendidas e farta quandidade de armas apreendidos

A operação na Rocinha começou às 6h desta sexta-feira. Houve troca de tiros e o clima ficou tenso no local logo na chegada dos policiais.

Quatro homens foram presos, entre eles, um argentino. Farta quantidade de munição, drogas, roupas usadas pela Polícia Civil e armas caseiras foram apreendidas. O objetivo da ação era encontrar um suposto cemitério clandestino na parte superior da comunidade, armas, drogas e esconderijo de traficantes.

Pela manhã, parte do comércio não abriu por medida de segurança. As obras do PAC na comunidade também foram interrompidas e os funcionáros liberados. A Estrada da Gávea ficou fechada por 15 minutos.

Os PMs apreenderam cerca de 500 kg de maconha em tabletes, uma espada ninja, um boné preto e branco com uma estampa de fuzil AK-47, dois bonés camuflados do Exército, baterias e carregadores para telefone celular, duas camisetas pretas - uma da Polícia Civil e outra da Polícia do Exército. Todo o material estava em um acampamento usado pelos bandidos.

Ao progredirem em direção ao alto do morro, mais dois casacos camuflados do Exército foram encontrados, assim como um saco plástico repleto de munições para fuzil, três sacolas com munição para pistola, 12 caixas com munição também para pistola e 36 rojões - usados para avisar os traficantes da presença da polícia. Uma submetralhadora e uma granada artesanal feita com pedal de bicicleta, dois cachimbos para fumar crack e um rádio transmissor foram apreendidos.

Dois helicópteros e um carro bindado auxiliaram os Pms na operação. Todo o material apreendido foi levado para a 15ª DP (Gávea).

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