sábado, 8 de agosto de 2009

Estelionatários de SP que agiam na Barra são presos

POR RICARDO ALBUQUERQUE, RIO DE JANEIRO

Rio - Policiais da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) prenderam na madrugada deste sábado, em flagrante, dois integrantes de uma quadrilha de São Paulo, especializada em clonar cartões de débito e crédito e fazer operações fraudulentas na Zona Sul e Barra da Tijuca. A dupla foi surpreendida na porta de uma agência bancária, na Rua Vinicius Moraes, em Ipanema, quando retirava o dispositivo eletrônico  “chupa-cabra”, que permite captar e armazenar informações codificadas da tarja magnética dos cartões.

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O delegado Fernando Vila Pouca de Sousa explicou que os turistas estrangeiros são os principais alvos da quadrilha. “Como estão a passeio e descontraídos, eles raramente conferem o saldo bancário de suas contas”, observou. Vila Pouca confirmou que a quadrilha lesou em R$ 2,5 mil três estudantes holandesas na quarta-feira passada. “Os saques foram feitos no Rio e em Fortaleza, o que mostra a existência de conexão com outros estados”, acrescentou.

As holandesas Yasmin Salwi Beishuizen, 19 anos, Marleen Evelien Regina Jansen, 18, e Iris Nijmeijer, 20, estranharam o saldo negativo de suas contas correntes e comunicaram à Deat, que há dois meses investiga a ação dos fraudadores.

Apesar de não terem conhecimento de informática, o chapeiro Bruno Medeiros de Souza, 23, e o apontador de obras Sidnei Roberto da Silva, 24, disseram que montaram o equipamento eletrônico para fazer a clonagem. Eles se hospedaram há duas semanas num hotel residência, na Barra da Tijuca, onde desembolsaram R$ 2 mil para passar uma temporada.

Policiais da Deat calculam que a cada R$ 6,5 mil resgatados das contas correntes, os falsificadores viajavam para outro estado, onde aplicavam um novo golpe. Para garantir o constante uso do terminal escolhido, Bruno e Sidnei fixaram cartazes informando que os demais terminais estavam com defeito.

Policiais apreenderam 15 cartões de débito e crédito, duas microcâmeras, MP-4, talão de cheque,  notebook, chip de celular, cartões telefônicos,  cordão com imagem de São Jorge, dois celulares, duas baterias, fita adesiva e pistola para injetar cola de secagem rápida.

Transferidos para a Polinter, os detidos vão responder por furto qualificado mediante fraude, quebra de sigilo bancário e interceptação de dados de informática. Em caso de condenação,  podem cumprir até 14 anos de reclusão.

Crime detalhado

O “chupa-cabra” capta e armazena as informações em dois pontos distintos de um terminal bancário. O painel instalado na parte superior contém duas microcâmeras que filmam a senha no momento em que o cliente  digita o código para fazer saques, depósitos ou qualquer outra operação. 

No bocal onde entra o cartão do banco, um falso dispositivo é aclopado sobre o  verdadeiro e retém os dados técnicos do cartão. De posse das informações, os fraudadores usam um magnetizador para clonar, ou enviam os dados por e-mail para integrantes da quadrilha em outro estado que usam o mesmo equipamento para clonar.

De acordo com a Deat, a instalação do equipamento ocorre  a partir das 18h, com a retirada feita de madrugada, ou depois de 6h, sempre retirado antes do banco abrir

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