domingo, 7 de março de 2010

Arsenal de colecionador pode ter ido para traficantes do Rio

Paulo Carvalho

araruama

Peritos analisam caixas onde estavam as armas para tentar encontrar impressões digitais. Foto: divulgação

Um arsenal que pertencia ao colecionador de armas Emílio Galdeano Alarcon pode ter ido parar nas mãos de traficantes de drogas do Rio de Janeiro. As 14 armas — entre elas duas metralhadoras antiaéreas ponto 30 — foram levadas de dentro do estande de tiros montado no sítio da vítima, na localidade de Praia Seca, em Araruama, na Região dos Lagos.

A invasão ao estande aconteceu em 4 de fevereiro. As investigações já mobilizam a Polícia Civil, Militar e o Exército. Os principais suspeitos, apontados pelo próprio colecionador, que também é perito judicial, são um soldado da PM, um ex-policial e um empresário conhecido na cidade de Araruama.

— Além de mim e do meu filho, os três eram os únicos que sabiam da existência das armas dentro do estande — acusou Alarcon.
Os três acusados foram amigos de infância do filho do colecionador.

O rapaz acabou levando-os para conhecer as armas. Assim que entrou no estande, o policial chegou a comentar que, por uma arma ponto 30 vendida em um morro do Rio, poderia ganhar R$ 40 mil.

— Eles me chamavam de tio. Aprenderam a atirar lá dentro. E terminaram me roubando — disse o colecionador de armas.

Perito analisa caixa onde estava uma das armas furtadas, em busca de digitais. Foto: divulgação

Vizinhos da casa chegaram a ver uma Kombi branca nos arredores três dias antes da invasão. No dia do ataque, o empresário chegou a ligar para o filho do colecionador, para se certificar que ele não estava em casa.

Apesar de a casa ter cerca eletrificada e um cão da raça rottweiller no quintal, os invasores entraram com extrema facilidade. Para isso, usaram uma escada pelo lado de fora do muro da casa, subiram pelo telhado do estande e, depois de destruir uma das tubulações de ventilação, conseguiram entrar.

Tanto o colecionador como a perícia confirmam que os ladrões conheciam bem o estande roubado.

Inquérito sob sigilo

O inquérito está sendo mantido sob sigilo na 118ª DP (Araruama). O delegado titular Alberto Thomaz diz que tem uma linha de investigação. Os suspeitos já foram ouvidos.

O soldado e o ex-soldado já foram presos em 2008 pela Delegacia de Homicídios de Niterói, acusados de envolvimento com tráfico, receptação, fraude e milícia na Região dos Lagos.

Em nota, a Polícia Militar informou que um deles foi expulso da corporação após ser submetido a Conselho de Disciplina.

O processo do segundo, atualmente cumprindo funções administrativas no Batalhão Especial Prisional (BEP), encontra-se em fase final para decisão do comando da PM.

Com relação ao furto na residência do colecionador, a Corregedoria também está investigando o caso.

O Comando Militar disse que o colecionador informou o fato ao Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) da 1ª Região Militar.

Segundo a assessoria, um procedimento administrativo foi aberto e um registro feito no Sistema Nacional de Armas.

Caso de Polícia: Extra Online

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