segunda-feira, 15 de março de 2010

Presos suspeitos de ataque na Cidade de Deus são mãe, pai e primos de traficante

Três foram presos na mesma casa e outro em uma barbearia.
Dois criminosos ainda são procurados pela polícia.

Liana Leite Do G1, no Rio

 

São da mesma família os quatro suspeitos de atear fogo ao ônibus da linha 701, na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, no dia 2 de março. Segundo a polícia, eles são pais e primos do traficante Leandro de Oliveira da Silva, 19 anos, preso na semana do ataque. A queima do veículo teria sido em represália à prisão do criminoso.

Um dos primos foi preso em uma barbearia na noite de domingo (14) e os outros três na mesma casa, na manhã desta segunda-feira (15). Apenas um primo assume participação no tráfico, os outros três suspeitos negam envolvimento na queima do veículo. Dois criminosos ainda são procurados pela polícia por envolvimento na ação que deixou 13 feridos

Mãe é suspeita de articular queima

A polícia diz que a mãe, Rosangela da Silva, de 40 anos, é suspeita de articular a ação e incentivar os demais familiares a queimar o veículo. O pai, Argemiro Galdino da Silva, 44 anos, de acordo com as investigações, não participou do incêndio, mas foi preso por auxiliar Leandro no tráfico.

Já o primo David Gomes da Silva, 23 anos, que assumiu envolvimento com o tráfico, é suspeito de ter carregado o combustível. O quarto preso, Jefferson Mello da Silva, 18 anos, também primo do criminoso, segundo a polícia, apedrejou o ônibus.

A polícia procura ainda os traficantes conhecidos como Lindinho e Índio. Eles não são da família, mas também teriam provocado o incêndio. Cerca de 40 agentes, entre homens do 18 BPM (Jacarepaguá), UPP da Cidade de Deus e 32ª DP (Taquara), participaram da operação.

Segundo o delegado João Luiz Garcia, da 32ª DP (Taquara), há duas investigações contra os detidos. A primeira por associação para o tráfico, onde todos já foram indiciados. E a segunda pelo incêndio do ônibus e tentativa de homicídio, onde ainda são suspeitos. O pai de Leandro é o único que responde apenas por tráfico.

Suspeitos

Em depoimento à polícia, testemunhas contaram, que, pelo menos, 15 pessoas cercaram o ônibus e jogaram várias pedras. Uma delas quebrou o para-brisa, o que teria forçado o motorista a parar. Logo em seguida, o veículo foi incendiado.

O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora da Cidade de Deus, Coronel Sidney Pazzini, explicou que foi feito reforço no patrulhamento em determinadas localidades da favela, como Karatê a Rocinha 2, consideradas as mais perigosas.

Cinegrafista registra ataque

Um cinegrafista amador registrou as imagens do ataque, dez minutos depois da ação.  As imagens mostram o ônibus ainda em chamas, o momento em que a ambulância chega para socorrer as vítimas, a ação dos bombeiros, e ainda o desespero das pessoas que sofreram queimaduras.

De acordo com registro feito na 32ª DP (Taquara), dos 20 passageiros do micro-ônibus da Linha 701 (Madureira-Alvorada), 13 ficaram feridos, mas uma das vítimas foi medicada e liberada sem ter o nome registrado pela polícia. Nenhum dos feridos é morador da comunidade.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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