quinta-feira, 18 de março de 2010

PM preso entrou na corporação após ir à Justiça

Ainda candidato, ele foi reprovado na pesquisa social e documental.
Lotado em UPP, policial é suspeito de tentar assaltar banco.

Do G1, no Rio, com informações do RJTV

 

O policial militar Leonardo da Cruz Cortez – que foi preso na madrugada desta quinta-feira (18) suspeito de tentar assaltar um banco – é soldado há menos de três meses e só conseguiu entrar na corporação após ir à Justiça. Antes de fazer o curso para se tornar PM, ele passou por testes físicos e exames médicos e psicológicos no Centro de Recrutamento e Seleção de Praças e foi reprovado na chamada pesquisa social e documental, que investiga toda a vida do candidato.

Policiais que fazem esse trabalho descobriram que Leonardo andava em más companhias.

"Era uma questão de relacionamento dele, questão de pessoas supostamente envolvidas com crime, com delito. Ele estava na condição de reprovado, ele não ingressaria na Polícia Militar",  disse o tenente coronel Frederico Caldas, chefe do centro de recrutamento.

Para garantir a vaga, ele entrou com uma ação na Justiça e alegou que foi reprovado porque seu irmão era condenado por tráfico de drogas.

O desembargador Fábio Dutra foi o relator da sentença final que deu ganho de causa ao então candidato. O desembargador afirmou que a relação entre os irmãos não é uma relação social comum, livremente mantida, mas, sim, um parentesco, sem liberdade de escolha.

Com isso, ele conseguiu o emprego e passou a atuar na Unidade da Polícia Pacificadora (UPP) do Morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, um dos projetos de segurança mais importantes do governo do estado.

Dos dois mil candidatos da última turma, 360 foram reprovados no exame social e documental, mas 37 entraram para a corporação por força de liminares concedidas pela Justiça. A maioria desses 37 PMs está na UPP do Tabajaras e Cabritos.

A Polícia Militar informou que, apesar de todo o rigor adotado na seleção, a PM não teve como evitar o ingresso do soldado, já que ele ganhou uma ação na Justiça. Mas, embora ele estivesse na UPP, não fazia nenhuma atividade que tivesse contato com o público.

O policial foi flagrado junto com outros três suspeitos tentando assaltar um banco em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na madrugada desta quinta-feira (18). A tentativa ocorreu a cerca de 200 metros de uma cabine da PM, no Ingá.

Ele negou o crime, disse que estava apenas andando numa rua próxima, mas os policiais encontraram no carro dele material que poderia ser usado para abrir os caixas. Há ainda uma ligação registrada no celular para um dos homens que estava dentro do banco.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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