terça-feira, 2 de março de 2010

Coronel que teria negociado com traficantes depõe na DH

Policial chegou acompanhado da família.
Oficial teve nomeação para cargo no BPRv cancelada, diz polícia.

Do G1, no Rio

O coronel Carlos Henrique Alves de Lima, que teria negociado com traficantes para recuperar um carro roubado, chegou por volta das 11h desta terça-feira (2) à Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para prestar depoimento. O coronel chegou ao local acompanhado da família.

A delegacia investiga o assassinato do cabo Guttemberg Conceição, de 32 anos, no Morro da Pedreira, em Costa Barros, no subúrbio do Rio, no sábado (27), quando tentava recuperar o carro da esposa do coronel que havia sido roubado.

O policial foi morto com 15 tiros num dos acessos à comunidade, após participar de uma fracassada negociação para recuperar o veículo roubado.

Na conversa com o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, Carlos Henrique disse que a esposa e a sobrinha também foram ao morro. De acordo com a polícia, ele alegou que a esposa e a sobrinha teriam ido fazer o pagamento de R$ 2 mil aos traficantes para ter o carro de volta. Mas antes disso, o cabo foi baleado.

Abertura de inquérito

A Delegacia de Homicídios abriu inquérito para apurar as circunstância do crime. Na manhã de segunda-feira (1º), o coronel deixou o quartel central da Polícia Militar exonerado, já que sua nomeação para o comando do Batalhão Rodoviário (BPRv) foi cancelada. Ele assumiria a função esta semana.

O coronel foi exonerado do comando do 5º BPM (Harmonia) para assumir o novo posto.

Versão diferente

Uma versão diferente da que o coronel contou também é investigada. Segundo os agentes, ele teria ido sozinho com o cabo Guttemberg à favela.

Mas apenas o cabo teria entrado na comunidade para recuperar o carro. Ao incluir a esposa e a sobrinha, os policiais suspeitam que o coronel pode estar tentando evitar ser responsabilizado pelo assassinato.

Na segunda-feira (1º), o coronel Lima foi ouvido informalmente na Corrgedoria Interna da Polícia Militar, mas será marcada uma nova data para que ele preste depoimento oficialmente. Ele vai responder a uma sindicância aberta pela corporação para apurar o caso.

O crime

O policial era motorista do coronel Carlos Henrique. No dia do crime, a mulher do oficial teve o carro roubado em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ela também teve o telefone celular levado pelos suspeitos. Por esse telefone foi feita a negociação para que o carro fosse devolvido.

Ficou acertado que os suspeitos, traficantes do Morro da Pedreira iriam devolver o veículo no mesmo dia. Mas, em troca, os suspeitos queriam R$ 2 mil.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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