domingo, 6 de setembro de 2009

‘Foram momentos de muita tensão’, diz vítima de sequestro em Copacabana

Família foi mantida refém por cerca de 5 horas dentro do apartamento.
Uma das vítimas chegou a trocar tiros com um dos suspeitos.

Liana Leite Especial para o G1, no Rio

 

“Foram momentos de muita tensão. Ficamos cerca de cinco horas amarrados no quarto”, conta, emocionado, o engenheiro Michel Caspary, uma das vítimas de sequestro na Rua Assis Brasil, em Copacabana, Zona Sul do Rio, na madrugada deste domingo (6).

De acordo com o delegado titular da 12ª DP (Copacabana), Antenor Martins Júnior, Michel e uma amiga, que preferiu não se identificar, foram abordados por três suspeitos, com idades entre 19 e 20 anos, no Largo do Machado, também na Zona Sul.

“Eles renderam as vítimas, que estavam em uma Pajero preta, e foram direto para o apartamento de Michel. No local, o pai e a mãe do rapaz também foram feitos reféns e amarrados no quarto”, explicou o delegado.

A mãe de Michel, Clarita Caspary, está muito abalada e também se emocionou ao lembrar dos momentos de terror: “Fomos amarrados e obrigados a dizer onde estavam nossas joias e dinheiro. Tivemos que facilitar para não nos fazerem mal”, contou.

A polícia foi chamada pelo porteiro do prédio que desconfiou da movimentação. Segundo o delegado, policiais do 19º BPM (Copacabana) foram os primeiros a chegar, seguidos por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Troca de tiros

Ainda segundo o delegado titular, o pai de Michel, que é oficial da Marinha, conseguiu se soltar. “Ao ver que a vítima havia escapado, um dos suspeitos atirou com uma pistola 762. O oficial da Marinha revidou com um revólver calibre 32 e acertou o braço do atirador. O suspeito disparou três tiros, mas não atingiu a vítima”, detalhou Martins.

O delegado explicou ainda que após a troca de tiros, os três suspeitos fugiram para a cobertura do prédio levando como reféns Michel, a mãe e a amiga do filho. “Eles pularam dois prédios pelo telhado. Clarita se machucou e foi abandonada em uma das coberturas. Os três ainda renderam mais quatro pessoas do terceiro prédio e só depois se entregaram, quando a mãe de um deles chegou ao local”, contou.

De acordo com Martins Júnior, os três suspeitos vão responder por roubo triplamente qualificado e tentativa de homicídio. A pena pode chegar a 20 anos. “Eles serão transferidos para a Polinter. Todos já tinham passagem pela polícia por crimes contra o patrimônio. Um deles estava em liberdade condicional”, revela.

“Vamos continuar investigando. Eles chegaram a pegar joias e dinheiro das vítimas, mas tudo foi devolvido. Eles admitiram que praticam esse tipo de roubo com frequência pela Zona Sul carioca”, disse Martins.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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