sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Suspeitos de milícia são investigados por cem mortes na Baixada

Segundo a polícia, os crimes ocorreram nos últimos três anos.
Vítimas eram ligadas a movimentos sociais da região.

Do G1, no Rio, com informações do RJTV

 

A polícia informou, nesta sexta-feira (4), que investiga a participação de suspeitos de integrar uma milícia em cem assassinatos na Baixada Fluminense. Segundo os agentes, os crimes ocorreram nos últimos três anos. Os homicídios foram registrados em, pelo menos, cinco comunidades nos municípios de Nova Iguaçu, Belford Roxo e São João de Meriti.

Ainda de acordo com a polícia, do total de mortes, 36, ocorridas em 2009, eram ligadas a movimentos sociais da região. As vítimas teriam se recusado a dar apoio político aos grupos paramilitares.
Dez integrantes da quadrilha já estão presos. Todos estão respondendo por formação de quadrilha, homicídio e crime eleitoral. A polícia continua a investigação para prender outros suspeitos de envolvimento com o grupo.

Invasão a assentamentos

Uma testemunha, cuja identidade foi preservada, foi obrigada a fugir de um assentamento rural na Baixada Fluminense. De acordo com a testemunha, os milicianos ligados a um policial militar, preso no fim de agosto, invadiam os assentamentos para garantir votos nas eleições.

“A proposta que nos fizeram, e que nós não aceitamos, foi que nós fizéssemos várias ocupações. Para eles, quanto mais povo, melhor. Aí eles organizam os parlamentares para entrar e votar a favor deles”, disse a testemunha.

Advogado de PM nega as acusações

Nas últimas eleições, o PM foi candidato a vereador em Nova Iguaçu. Ele teve quase dez mil votos, mas não conseguiu se eleger.

“Foi constatada uma estratégia dessa quadrilha de eliminar líderes comunitários, assim um domínio daquela região, daquela área, para que pudessem a partir dali exercer um domínio, buscar o lucro em determinadas atividades ilícitas. Assim como também exercer um domínio político visando nas eleições, o monopólio dos votos naquela região”, disse o delegado Cláudio Ferraz, responsável pelas investigações.

O advogado do policial negou todas as acusações e disse que o PM está sofrendo perseguição política.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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