quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Após morte de idosa baleada no Rio, armas de PMs serão periciadas

Liana Leite Do G1 RJ

As armas de dois policiais militares do 14º BPM (Bangu) foram recolhidas para perícia no Instituto Carlos Éboli após a morte de uma idosa de 78 anos, dentro da casa dela, na favela Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste do Rio, na manhã desta quarta-feira (26). A informação foi confirmada pelo delegado assistente da 34ª DP (Bangu), Delmir Gouveia, onde o caso foi registrado. No entanto, a investigação será feita pela Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste.

Além da idosa, a neta dela, de 14 anos, e um homem suspeito de envolvimento no tráfico de drogas também foram baleados, mas já receberam alta do Hopital Albert Shweitzer, em Realengo.

Segundo uma das filhas da vítima, Joelma Andrade de Almeida, de 43 anos, os PMs atiraram contra a casa da idosa. “Um suspeito invadiu a casa da minha mãe durante perseguição policial para se esconder lá dentro. A polícia atirou contra ele e atingiu a minha mãe, que estava na cama, e a minha sobrinha”, contou a mulher.

De acordo com o delegado Gouveia, os dois PMs prestaram depoimento e negaram qualquer disparo. “O exame de recenticidade de disparo vai dizer se o tiro partiu da arma deles ou não”, explicou o delegado.

Segundo a Divisão de Homicídios, todos os envolvidos serão ouvidos para que seja apurado de onde partiu o tiro que matou a idosa. O suspeito baleado está sob custódia no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Ele foi levado para o local após chegar à delegacia ainda sangrando. Mais cedo, o homem já havia sido atendido em um hospital.

A menina de 14 anos foi liberada na tarde desta quarta. Segundo a família, ela e o homem foram levados à emergência pela PM. Já os policiais afirmaram, em depoimento, ter levado apenas o suspeito. A idosa foi levada à mesma unidade, já morta, por vizinhos. A família aguarda a liberação do corpo.

“Só queremos o direito de enterrar a nossa mãe. Ela trabalhou a vida toda e depois dessa morte estúpida, ela merece”, afirmou Georgina Andrade, 49 anos, outra filha da vítima.

Versão da PM

Segundo a polícia, suspeitos que estavam dentro de um carro roubado teriam atirado contra uma viatura policial que passava pelo local.

De acordo com o comandante, do 14º BPM (Bangu), coronel Djalma Beltrami, os policiais não revidaram os tiros disparados pelos traficantes e tentaram se refugiar em frente a alguns barracos de madeira que ficam próximos à linha do trem.

Ainda segundo Beltrami, os criminosos abandonaram o veículo e fugiram para a favela.
Além do carro, foram apreendidos um carregador, munição e um cinto de guarnição (usado por militares para levar carregador e arma).

G1 - Rio de Janeiro

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