Curitiba - O ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Jorge Luiz Martins, acusado de envolvimento em nove assassinatos, se apresentou à polícia no início da tarde desta sexta-feira.
Ele teve a prisão temporária determinada pela Justiça catarinense e está preso no Quartel da Polícia Militar em Curitiba.
Nesta manhã, policiais voltaram à casa do coronel e apreenderam munições compatíveis com as utilizadas nos crimes.
Segundo inquérito policial, o coronel é suspeito de 14 atentados, com nove vítimas fatais, todos contra usuários de drogas do bairro Boqueirão, onde seu filho Jorge Guilherme Marinho Martins, 26 anos, foi morto por assaltantes, em outubro de 2009.
A série de crimes começou em agosto do ano passado, depois que os acusados de matar Jorge Guilherme foram soltos por falta de provas. As vítimas dos ataques não tinham ligação com a morte do filho de Martins, mas os dois assaltantes suspeitos do assassinato de Jorge Guilherme eram viciados.
Desde o início de agosto, 25 pessoas foram assassinadas no bairro Boqueirão. A polícia não informou por quais crimes o coronel está sendo investigado. Segundo testemunhas que sobreviveram aos ataques, Martins passava num veículo escuro e efetuava os disparos.
Bilhetes
Existem relatos de que o atirador deixava bilhete dizendo que ainda restavam mais pessoas a serem mortas e que aquilo seria uma resposta à morte do filho. Por conta disso, se espalharam boatos na vila que Jorge Luiz estaria por trás dos crimes e a informação chegou à Delegacia de Homicídios. A fotografia do coronel foi mostrada a um rapaz baleado na favela, que reconheceu Jorge Luiz como o autor dos disparos.
O advogado de defesa, Eurolino Reis, disse que o inquérito é fraco e sem conteúdo suficiente "para expor um homem que dedicou a vida toda ao Estado e a salvar vidas". "Ele trabalhou 37 anos no Corpo de Bombeiros e chegou no mais alto escalão, e pior, perdeu o filho recentemente e agora perde a liberdade por conta de uma investigação mal feita e tendenciosa", disse, afirmando que o coronel está abalado, mas que vai se apresentar a qualquer momento "e provar sua inocência".
O secretário estadual da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, afirmou que não existe um grupo de extermínio, e que a ação do coronel foi um fato isolado, motivado pela perda do filho. "O trabalho de investigação foi feito de forma integrada. Todo o inquérito foi submetido ao poder judiciário, que embasou o trabalho expedindo os mandados", disse o secretário.
Com informações do Terra
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