sábado, 15 de janeiro de 2011

Cabral relata pânico ao assistir deslizamento na Região Serrana

Rio - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse que viveu momentos de pânico durante a viagem a Nova Friburgo neste sábado, uma das cidades mais atingidas pelas enchentes da Região Serrana do Rio de Janeiro.

Ele foi ao município para acompanhar o atendimento nos hospitais de campanha montados pela Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil (Sedesc) e pela Marinha. Nesta tarde, voltou a chover forte na cidade.

Foto: Divulgação

O governador Sérgio Cabral, a presidenta Dilma Rousseff, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em Nova Friburgo | Foto: Divulgação

Cabral estava na RJ-116, na altura do município de Mury, quando enfrentou o temporal, que durou menos de uma hora. Ele viu à sua frente um deslizamento de terra que deixou interditado um trecho da rodovia. Apesar do susto, o governador disse que não é possível dimensionar a dor da população que perdeu parentes, amigos e casas.

"Acabei de viver momento de tensão, de pânico. É assustador porque a queda d'água vem e a estrada, que estava semibloqueada, começou a ruir. Mas não sei a dimensão exata (da dor deles), porque essas pessoas perderam parentes, casas e tudo o que tinham", disse Cabral, ao chegar ao hospital da campanha da Sedesc, no centro da cidade, com três horas de atraso.

Foto:
Deisi Rezende / Agência O Dia

Bombeiros carregam corpos em Nova Friburgo | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia

O governador garantiu que não faltam esforços dos governos estadual, federal e do município do Rio de Janeiro, que estão enviando equipes de diversas áreas para ajudar nas buscas e no atendimento às vítimas. Já foram confirmadas mais de 550 mortes na Região Serrana.

De acordo com ele, o Estado disponibilizou 11 aeronaves para a região e órgãos do governo federal cederam mais 20. Além disso, cerca de 1,5 mil homens do Corpo de Bombeiros também estão nos municípios atingidos pela chuva na Região Serrana do Rio. Segundo Cabral, a Petrobras enviou máquinas usadas para ajudar na remoção de barreiras.

Por causa da chuva, as ruas do entorno da praça Demerval Barbosa Moreira, onde está a unidade de saúde montada pela Sedesc, ficaram alagadas. Na avenida Alberto Braune, no entorno da praça, homens do Corpo de Bombeiros tiveram que usar uma corda para ajudar as pessoas a atravessá-la.

Região Serrana enfrenta a pior catástrofe de sua história

Castigada por um temporal que fez chover em 24 horas mais do que era esperado para todo o mês, a Região Serrana do Rio enfrenta desde a noite de terça-feira a pior catástrofe de sua história e uma das maiores do estado. Com o número de mortos, desabrigados, desalojados, feridos e desaparecidos, a tragédia já superou o registrado em janeiro de 2010 em Angra dos Reis e abril, na capital e Niterói.

Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia

População tenta aproveitar mercadorias descartadas de uma enchente que invadiu um supermercado em Nova Friburgo | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia

Localidades inteiras foram soterradas por lama no município de Teresópolis. No bairro Caleme, uma represa da Cedae transbordou por causa da tromba d’água, provocando o deslizamento de encostas sobre casas e carros. Em Nova Friburgo, três bombeiros que seguiam para resgatar vítimas quando o carro onde estavam foi soterrado por uma avalanche.

Petrópolis também sofreu devastação em diferentes pontos. O Distrito de Itaipava foi o mais atingido. O soterramento de uma casa na localidade Vale do Cuiabá matou 12 pessoas de uma mesma família. Corpos foram recolhidos por moradores e depositados às margens de um rio à espera de resgate.

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