Rio - Com 252 mortes em decorrência das chuvas confirmadas até este sábado, o município de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, exibem marcas do drama de moradores que perderam tudo na enxurrada.
No Ciep Licínio Teixeira, em Olaria, onde funciona um dos principais abrigos da cidade, muitas famílias choram as perdas e relatam os momentos de pânico vividos nesta semana. "Estava dormindo em minha casa na quarta-feira com minha mulher, filha e sogra, quando, de repente, acordei no meio dos escombros, com lama até o peito", diz o lavrador Marcelo Moura, 34 anos.
Lavrador está morando em um Ciep com a família | Foto: Claudia Marapodi / Portal Terra
O lavrador - um dos 120 desabrigados acolhidos no Ciep - conta que só está vivo porque Deus quis assim. "Comecei a me desenterrar e, quando consegui me salvar, comecei a procurar e chamar por minha mulher e minha filha", relata. "Quando já estava desesperado, achando que tinha perdido minha família, ouvi Ludimila (8 anos) me chamando. Comecei a procurar de onde vinha a voz dela e escavar. O que salvou minha filha foram os móveis e cobertor que estavam sobre ela", acrescenta.
Bombeiros fazem resgate emocionante de um menino de seis meses em Nova Friburgo | Foto: Gerson Gonçalo / Agência O Dia
"Depois consegui encontrar minha mulher e também precisei tirar os escombros e lama que estavam encobrindo ela", disse Moura.
O lavrador, entretanto, não conseguiu salvar sua sogra. "Minha sogra foi a única que não sobreviveu e morreu soterrada. Agora estamos bem, apenas precisamos melhorar dos ferimentos para eu poder voltar a reconstruir minha casa e cuidar da terra, que é a única coisa que sei e gosto de fazer.
Eu e minha mulher estamos com os pés cortados e minha filha quebrou a clavícula. Agora estamos bem, com a graça e a vontade de Deus, estamos vivos", afirmou.
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