Sobreviventes contam que foram resgatados com a ajuda de cordas e botes.
Chuva em Bom Jardim destruiu pontes e deixou cidade dividida.
Tássia Thum Do G1, em Bom Jardim
Comerciante perdeu 3 casa e bar por causa da
chuva em Bom Jardim (Foto: Tássia Thum/G1)
O barulho de uma goteira já é o suficiente para deixar o aposentado Aldenir Equidorne, de 74 anos, preocupado. Traumatizado após perder três casas e o bar em decorrência da chuva que castigou a cidade de Bom Jardim, na Região Serrana do Rio, ele teme uma nova catástrofe na região.
“Agora eu tenho muito medo de não conseguir mais me salvar. Quando vejo pingo d´água parece que o mundo está acabando, estou traumatizado, agora fiquei sem nada. O meu bar acabou, recebo apenas um salário mínimo, sendo que tenho uma despesa de R$ 1 mil em medicamentos para a minha mulher”, lamenta.
Aldenir relata que saiu de casa, na localidade de São José do Ribeirão, com a água na altura do pescoço. Ele foi o último a deixar a residência, já que antes resgatou a esposa, a filha e os netos.
Neste domingo (16), ele voltou ao local onde ficava a sua casa para tentar recuperar alguns documentos, mas só encontrou eletrodomésticos revirados em meio a tijolos e concretos.
“Quero meus documentos porque tenho medo de parar de receber a aposentadoria. Mas é perigoso porque pouca estrutura da casa que ainda está de pé pode cair a qualquer momento”, disse ele.
Comerciante teve a casa atingida e perdeu dois
carros (Foto: Tássia Thum/G1)
O comerciante Alzélio Klen também não conteve as lágrimas ao ver o que sobrou de sua casa. Ele conta que perdeu dois carros e mercadorias que estavam guardados no galpão. Alzélio foi resgatado da enxurrada com a ajuda de uma corda.
“Na madrugada de quarta-feira (12) eu recebi um telefonema da minha família de Friburgo dizendo que lá estava chovendo muito e que a água chegaria aqui. Não passou nem uma hora e a casa começou a encher e eu fui para o segundo andar para tentar salvar algumas coisas. Por sorte, os vizinhos arrumaram uma corda e me resgataram. A minha rua virou um rio”, conta.
A ajuda de um vizinho também foi fundamental para a vida do neto do aposentado Mário Neris, de 61 anos. Com o apoio de um bote, o menino foi resgatado da casa do avô. Mário diz que a água chegou a ultrapassar 1,80m de altura.
“Estavam na minha casa o meu neto, a minha esposa e a minha filha. O vizinho do final da rua passou de bote recolhendo todo mundo que ainda estava nas residências e foi passando para as ruas que ainda não haviam sido atingidas pela chuva. Foi um susto muito grande, um trauma mesmo”.
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